sábado, 19 de abril de 2014

A Catedral da mente

Hoje o nosso Salvador arrombou as portas da morte e quebrou os seus ferrolhos. Destruiu as prisões do inferno e derrubou o poder satânico. 



Você pode ou não acreditar nela, mas é inegável que a liturgia feita para comemorar a morte e ressurreição de Jesus alcança, em vários momentos, uma beleza arrebatadora. Talvez o elemento mais tocante seja o que, na Inglaterra medieval, costumava-se chamar de harrowing of Hell – algo como “a vitória sobre o inferno”, que teria acontecido no Sábado de Aleluia. A expressão se refere à tese de que, antes de ressuscitar, Jesus teria experimentado a totalidade do sofrimento humano na hora da morte, descendo ao próprio inferno. E mais: feito um general vitorioso, ele teria arrancado da prisão infernal as almas dos justos, que só podiam chegar ao paraíso com a ajuda de Cristo. Se você é católico, já ouviu essa história, ainda que com outro nome: quando se diz que Jesus “desceu à mansão dos mortos”, trata-se de uma adaptação da expressão original, “desceu aos infernos”.