sábado, 23 de abril de 2011

Rubricas do Tríduo Pascal: Vigília Pascal


  • Esta noite deve se celebrar em honra do Senhor, e esta Vigília é a mãe de todas as Vigílias.
  • A Igreja mantém-se de vigia à espera da Ressurreição do seu Senhor, e celebra-a com os Sacramentos da Iniciação Cristã.
  • A Vigília deve ser celebrada à noite: não deve iniciar antes do anoitecer e deve terminar antes de amanhecer.
Deve-se preparar:
  • O necessário para a celebração da missa ordinária
Para a benção do fogo:
  • Fogueira (em um lugar fora da igreja)
  • O círio pascal
  • Cinco cravos ou grãos de incenso
  • Utensílio para acender o círio (pode ser uma vela)
  • Lâmpada para iluminar os textos
  • Velas para os que participam da Vigília
  • Pinça para tirar brasas do fogo novo para o turíbulo
Para o precônio pascal:
  • Candelabro para o círio pascal, junto ao ambão
Para a liturgia batismal:
  • Recipiente com água (pode ser a própria pia batismal)
  • O que for necessário caso se administrem os sacramentos da iniciação (óleo dos catecúmenos, Santo Crisma, vela batismal, Rituais)
Observações:
  • As luzes da igreja devem estar apagadas
  • A fogueira deve ser realmente visível e iluminar
  • Paramentos de cor branca, com a maior solenidade
  • Não se leva cruz processional
  • As velas do altar permanecem apagadas até o canto do Glória

Benção do fogo e preparação do Círio Pascal

  • Na sacristia ou em outro lugar adequado, o celebrante, diácono e concelebrantes revestem-se de paramentos de cor branca para a Santa Missa.
  • O celebrante, acompanhado por seus auxiliares, dirige-se ao local onde o povo está reunido. À frente, vai um acólito ou ministro com o círio pascal.
    • Não se levam cruz processional ou velas acesas.
    • O turíbulo se leva sem brasas.
  • De pé, diante do povo, o celebrante dá início à celebração e explica com breves palavras o sentido desta celebração, usando as palavras do Missal ou outras semelhantes.
  • Em seguida, o celebrante benze o fogo, dizendo a oração com as mãos estendidas. Terminada a oração, acende o Círio Pascal com o fogo novo, sem dizer nada.
    • O turiferário retira brasas do fogo novo para acender o turíbulo.
  • Depois de benzido o fogo novo, o acólito leva o Círio Pascal ao celebrante que, de pé, grava uma cruz no próprio Círio, e outros símbolos, conforme descrito no Missal.
  • Depois de confeccionado o Círio, o celebrante põe incenso no turíbulo e, se houver diácono, este recebe o Círio Pascal, ou o mesmo é levado pelo próprio celebrante.
  • Organiza-se a procissão que entra na igreja:
    • À frente vai o turiferário, seguido pelo diácono ou pelo celebrante com o círio pascal, os demais assistentes e o povo.
    • À porta da igreja, o diácono para e ergue o Círio e entoa o canto “Eis a luz de Cristo”, e apenas o celebrante acende a sua vela no círio.
    • No meio da igreja, o diácono ou o celebrante canta uma segunda vez, e os fiéis acendem suas velas no círio pascal, passando o lume de uns aos outros.
    • Ao chegar ao altar, o diácono ou o celebrante para e canta um terceira vez, voltado para o povo. Em seguida, coloca o Círio no candelabro para ele preparado, junto ao ambão.
    • Acendem-se as luzes todas da igreja
  • Chegado ao presbitério, o celebrante se dirige para a cadeira presidencial, entrega a sua vela acesa ao diácono e põe incenso no turíbulo, como para o Evangelho da Missa.
    • Se o diácono proclama o Precônio, pede e recebe a benção, conforme descrito no Missal.
  • O diácono ou o celebrante incensa o livro e o círio e canta o Precônio do ambão.
    • Se, por razões pastorais, um cantor proclamar o Precônio pascal, o sacerdote incenso o livro e o círio. O cantor deve omitir a parte das palavras “E vós, que estais aqui” até o fim do convite e a saudação “O Senhor esteja convosco”.

Liturgia da Palavra

  • Terminado o Precônio pascal, todos apagam as velas e sentam-se.
  • Antes das leituras iniciarem-se, o celebrante ou o diácono faz breve monição, com as palavras que vêm no Missal ou outras semelhantes.
  • São propostas nove leituras: sete do Antigo Testamento e duas do Novo (Epístola e Evangelho).
    • Por razões pastorais, podem-se reduzir o número de leituras do Antigo Testamento, de modo a que sejam no mínimo quatro e não se omita a leitura do capítulo 14 do Êxodo.
  • Após cada leitura, segue-se o seu salmo e a oração do “Oremos”, a qual deve ser feita sempre de pé.
  • Após a última leitura do Antigo Testamento, com seu responsório e oração, entoa-se solenemente o hino “Glória a Deus nas alturas”, enquanto se acende as velas do altar e se tocam os sinos.
  • Após o Glória, reza-se a oração coleta e se proclama a leitura da Epístola, enquanto todos se sentam.
  • Terminada a epístola, o diácono ou um leitor pode dirigir-se ao celebrante e dizer-lhe: “Reverendo Padre, eu vos anuncio uma grande alegria: o Aleluia”. Após este anúncio, ou mesmo sem ele, todos se levantam. O celebrante entoa solenemente o aleluia, por três vezes, subindo gradualmente de tom, e o povo repete-o no mesmo tom.
  • O salmista ou cantor recita o salmo, e o povo responde com aleluias.
  • O celebrante põe incenso no turíbulo e dá a benção ao diácono, como de costume.
  • Não se levam velas para a proclamação do Evangelho.
  • Após o Evangelho, faz-se a homilia.

Liturgia Batismal

  • A Liturgia Batismal pode se efetuar no próprio batistério, caso o mesmo seja visível aos fiéis. Caso contrário, coloque-se o recipiente com água no próprio presbitério.
  • Se houver batismo, faz-se a chamada e a apresentação dos catecúmenos, apresentados pelos padrinhos, caso sejam crianças.
  • O celebrante faz a exortação ao povo, conforme haja ou não batismo.
  • Entoa-se em seguida a ladainha.
    • Se a distância ao batistério é grande, a ladainha se canta durante a procissão, a qual é precedida pelo Círio pascal, seguido pelos catecúmenos com seus padrinhos e pelos celebrante e seus auxiliares.
    • Se não houver batismo nem benção da água batismal, omite-se a ladainha e procede-se à benção da água.
    • A ladainha se faz de pé, por ser tempo pascal.
  • Terminada a ladainha, se houver batismo, o celebrante, de mãos unidas, diz a oração indicada no Missal.
    • Caso não haja batismo, segue diretamente à benção da água batismal.
  • Durante a benção da água batismal, no momento indicado, se for oportuno, o celebrante imerge o círio uma ou três vezes na água, conforme indicado no missal.
  • Se houver batismo, segue-se a renúncia ao demônio, a profissão de fé e o Batismo.
  • Se não houver batismo ou mesmo após este, o celebrante recebe abençoa a água para aspersão dos fiéis e recebe a renovação das promessas batismais dos fiéis, que se conservam de pé, com as velas acesas nas mãos.
  • Terminada a renovação das promessas batismais, o celebrante asperge o povo com a água benta.
    • Se houver neófitos (batizados), estes são conduzidos para tomar seu lugar entre o povo.
    • Se a benção da água batismal tiver sido feita fora do batistério, o diácono e alguns assistentes a conduzem à pia batismal.
  • Após a aspersão dos fiéis, omite-se o Credo, e o celebrante prossegue com a Oração Universal.

Liturgia Eucarística

  • Segue-se a Liturgia Eucarística, como no Ordinário.
  • Podem se fazer menção dos batizados segundo as fórmulas do Missal e do Ritual.
  • Antes da Comunhão, pode se fazer breve monição aos que receberão a Iniciação.

Ritos finais

  • À fórmula habitual de despedida dos fiéis (“Ide em paz”), acrescenta-se um duplo Aleluia, e o mesmo fazem os fiéis na resposta.
  • O Tríduo Pascal encerra-se nas Segundas Vésperas do Domingo da Páscoa.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Cronologia da Semana Santa: Quarta-feira Santa (12 de Nisã)

Pode-se considerar que o dia inicia-se em Mateus com os discursos ao  povo. Jesus não se dirigirá aos fariseus e aos mestres da Lei antes da sua Paixão. Praticamente é este o último dia de ensinamento público de Cristo antes da Redenção, e é marcado por maldições e terríveis profecias.

Quarta-feira Santa (12 de Nisã)

Marcos parece iniciar o dia com a auto-apresentação de Jesus como filho de Davi e como superior a este (Mc 12, 35-37), fato colocado por Mateus antes da interrupção que consideramos como dia (Mt 22, 46: "E a partir daquele dia...").

O dia é marcado por repreensões sobre a hipocrisisa e a falsidade dos escribas e fariseus (Mt 23, 1-12; Mc 12, 38-40; Lc 20, 45-47). Mateus apresenta as terríveis maldições de Jesus contra os fariseus e escribas, no total de sete (Mt 23, 13-36) e uma maldição sobre Jerusalém (Mt 23, 37-39).

Em vez de apresentarem as maldições de Cristo, Marcos e Lucas sobrepõem os fariseus ao exemplo de uma pobre viúva, capaz de comover o coração de Jesus, a qual "dá tudo que possuía para viver" (Mc 12, 41-44; Lc 21, 1-4).

Após estes fatos, Jesus sai do Templo e possivelmente de Jerusalém. Contemplando o Templo ornado, possivelmente a partir do Monte das Oliveiras, ele deveria parecer bastante esplêndido. Mas Cristo prediz a destruição deste lugar. Lucas ambienta este discurso dentro de Jerusalém (Lc 21, 5-7), e possivelmente nos átrios do próprio recinto sagrado. Mateus e Marcos, na saída de Cristo da cidade (Mt, 24, 1; Mc 13, 1).

Os evangelistas apresentam bastantes particularidades em seus relatos. Mateus concatena a queda de Jerusalém e a destruição do Templo com o final dos tempos e o retorno de Jesus (Mt 24, 1-31), intercalando as parábolas sobre a vigilância, a da figueira (Mt 24, 32-41), do ladrão (Mt 24, 42-44), do mordomo (Mt 24, 45-51), das dez virgens (Mt 25, 1-13), dos talentos (Mt 25, 14-30) e encerrando com a vinda gloriosa do Filho do Homem e o Juízo Final.

Marcos e Lucas são bem próximos em seus relatos, e apresentam a predição sobre a perseguição aos discípulos (Mc 13, 5-13, Lc 21, 8-19), a destruição de Jerusalém (Mc 13, 14-23, Lc 21, 20-24), a parusia de Cristo (Mc 13, 24-27, Lc 21, 25-28) e a parábola da figueira (Mc 1, 28-32; Lc 21, 29-33). Marcos apresenta a breve parábola do senhor que voltará à noite (Mc 21, 43-36), enquanto Lucas coloca uma exortação à vigilância (Lc 21, 34-36).

Mateus e Marcos encerram o dia com o jantar em Betânia, na casa de Simão, o leproso, e a unção de  Jesus (Mt 26, 6-13; Mc 14, 3-9). Lucas encerra o dia anunciando que Satanás entrara no coração de Judas e este combinara entregar Jesus (Lc 22, 1-5), mas tal relato encaixaria melhor no contexto do dia 10 de Nisã.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Rubricas do Tríduo Pascal: Celebração da Paixão do Senhor


  • Neste dia, “Cristo nossa Páscoa foi imolado” (ICor 5,7). Pela sua morte, Cristo, “morrendo destruiu a nossa morte e ressuscitando restaura nossa vida”.
  • A Igreja comemora seu próprio nascimento e sua missão de estender a todos os povos os salutares efeitos da Paixão de Cristo.
  • A Paixão do Senhor celebra-se às três horas, salvo razões pastorais, mas não depois das 21 horas.
Deve-se preparar:
  • O Altar deve estar desnudo, sem cruz, castiçais nem toalhas
  • As cruzes da igreja devem ser retiradas ou cobertas
  • Paramentos para os celebrantes de cor vermelha
Em lugar apropriado:
  • A cruz, talvez coberta com o véu caso se adote a primeira forma
  • Dois castiçais
No presbitério:
  • Missal
  • Lecionário (no ambão)
  • Toalhas dobradas para o altar
  • Corporal
  • Lavabo + manustérgio
  • Galheta com água
Na capela de reposição:
  • Véu umeral vermelho ou branco para o diácono ou o celebrante
  • Dois castiçais
Rito

Ritos Introdutórios

  • O celebrante e seus assistentes, revestidos de cor vermelha como para a Missa, dirigem-se com os assistentes para o altar.
  • Feita a devida reverência, o celebrante e o diácono prostram-se com o rosto por terra ou ajoelham-se e rezam alguns instantes, em silêncio. Os demais também rezam um momento em silêncio.
  • O celebrante dirige-se à cadeira presidencial e reza, de mãos estendidas, a oração: “Ó Deus, pela Paixão”. Em seguida, sentam-se todos.

Liturgia da Palavra

  • Segue-se a Leitura de Isaías, seu salmo e a Segunda Leitura.
  • O diácono que lê recebe a benção como de costume.
    • Entoa-se o canto antes da Leitura da Paixão.
    • Não se usam incenso ou velas para a leitura da Paixão.
    • Omite-se a saudação ao povo e o sinal da cruz sobre o livro.
    • Depois do anúncio da morte do Senhor, todos se ajoelham e faz-se breve pausa.
    • Diz-se “Palavra do Senhor” ao fim da leitura, mas não se beija o livro.
  • Segue-se a homilia.
  • Recitam-se as orações universais após a homilia.
    • As fórmulas invitatórias podem ser proferidas pelo diácono do ambão.
    • Os fiéis permanecem de joelhos ou de pé, segundo o costume.

Adoração da Santa Cruz

Primeira forma de apresentação da Santa Cruz:
    • A Cruz é levada pelo diácono ao altar, estando coberta, e acompanhada por duas velas acesas.
    • O celebrante recebe a cruz e vai descobrindo-a, entoando três vezes: Eis o lenho da Cruz, convidando os fiéis a adorá-la.
    • Terminado o canto, todos se ajoelham e adoram em silêncio durante breves momentos, enquanto o celebrante a sustenta levantada.
    • A cruz é levada para a entrada do presbitério, ladeada por duas velas acesas.
Segunda forma de apresentação da Santa Cruz:
    • Enquanto o celebrante permanece de pé no presbitério, o diácono, ou, na falta deste, o próprio celebrante, acompanhado por velas, dirige-se para a porta da igreja, onde recebe a cruz descoberta.
    • Junto à porta, no meio da igreja e à entrada do presbitério, o diácno eleva a cruz e convida a adorá-la, com o canto Eis o lenho da Cruz.
    • Depois de cada resposta, todos se ajoelham e adoram breve momento.
    • Em seguida, o diácono coloca a cruz à entrada do presbitério, ladeada por velas acesas.
  • Segue-se a adoração da Cruz
    • Vai primeiro o celebrante, sem casula e, se lhe parecer bem, sem sapatos. Ajoelha-se diante da Cruz, beija-a e retira-se para a cadeira presidencial, retoma o calçado e a casula e senta-se.
    • Seguem-se o diácono, os assistentes e os fiéis.
    • A saudação à cruz pode ser uma simples genuflexão, um beijo ou outro sinal adequado.
    • A cruz deve ser uma só. Caso seja muito grande a afluência de fiéis, após a adoração do celebrante, do diácono e de parte do povo, o celebrante toma a cruz, e, do estrado do altar, convida o povo à adoração e sustenta-a levantada por algum tempo, e os fiéis adoram-na em silêncio.
    • Há indulgência plenária aos que beijam a Cruz nesta ocasião, observadas as exigências devidas.

Rito da Comunhão

  • Terminada a adoração, a Cruz é levada ao seu lugar no altar, e os castiçais acesos são postos junto ao altar ou perto da cruz.
  • Estende-se a toalha sobre o altar, e colocam-se o corporal e o missal.
  • O diácono ou, na falta deste, o próprio celebrante traz o Santíssimo Sacramento da capela de reposição, com dois castiçais ladeando-o, pelo caminho mais curto, sem solenidade.
    • Os castiçais colocam-se junto ao altar ou sobre ele.
    • Enquanto isso, todos permanecem em silêncio.
  • Quando o diácono ou o próprio celebrante colocar o Santíssimo Sacramento sobre o altar e descobrir a âmbula, o celebrante faz a genuflexão.
  • Seguem-se a oração dominical (Pai-Nosso) e seu embolismo, segundo o Missal.
  • Logo após, distribui-se a comunhão, como de costume.
  • Terminada a distribuição, o diácono ou o celebrante, com o véu deombros, leva as reservas eucarísticas restantes para o lugar apropriado fora da igreja.
    • Caso isso não seja possível, coloquem-se as reservas eucarísticas no próprio sacrário.
  • Convém reservar algum tempo em silêncio, após o qual se recita a oração após a Comunhão.

Rito de Conclusão

  • Terminada a oração depois da comunhão, segue-se a despedida.
    • O celebrante, de pé, volta-se para o povo recita a oração: “Que a vossa benção”.
  • O celebrante genuflete à cruz e todos se retiram em silêncio.
  • Em tempo oportuno, desnuda-se o altar.

Cronologia da Semana Santa: Terça-feira Santa (11 de Nisã)

Para os judeus, o dia 11 de Nisã é o dia da escolha do cordeiro pascal (Ex 12, 3). É no contexto desse dia que se pode inserir a traição de Judas (Mt 26,14; Mc 14, 10-11; Lc 22, 3-6). Assim, é no décimo primeiro dia que os chefes dos sacerdotes "escolhem" o seu cordeiro sem defeito, para o sacrifício pascal.

Terça-feira Santa (11 de Nisã)

A figueira seca (Mc 11, 20). Marcos insere a conclusão do episódio da figueira seca no dia seguinte aos acontecimentos de 10 de Nisã, mas com o mesmo simbolismo de Mateus.

Marcos insere aqui os discursos e discussões apresentados por Mateus no dia anterior:
Discussão sobre a autoridade de Jesus (Mc 11, 27-33)
Parábola dos vinhateiros homicidas (Mc 12, 1-12)

O dia em Mateus parece iniciar-se com o discurso sobre o banquete nupcial (Mt 22, 1-14; cf. Lc 14, 16-24). Depois, há a discussão sobre o tributo a César, inserido no mesmo contexto pelos outros sinóticos (Mt 22, 15-22; Mc 12, 13-17; Lc 20, 20-26); a discussão com os saduceus sobre a ressurreição dos mortos (Mt 22, 23-33; Mc 12, 18-27; Lc 20, 27-40); a disputa sobre o maior mandamento, contra os fariseus, a qual é apresentada por Lucas em outro contexto histórico (Mt 22, 34-40; Mc 12, 28-31); a pergunta de Jesus sobre a divindade do Cristo (Mt 22, 41-46; Mc 12, 35-37; Lc 20, 41-44), parte esta que pode considerar-se em Marcos como pertencente à quarta-feira.  Nesse contexto, pode se considerar encerrado o dia em Mateus.

domingo, 17 de abril de 2011

Cronologia da Semana Santa: Segunda-feira Santa (10 de Nisã)

Os dias que precedem a ceia pascal são marcados por discursos e debates em Jerusalém. Mateus apresenta uma série destes, sem muita preocupação cronológica, mas é possível dividi-los em dias.

Lucas, igualmente, não delimita os dias, mas apresenta os discursos sem uma ordem cronológica determinada. Os dias de segunda a quarta-feira são apresentados como dias de ensino no Templo e vigília ao relento no monte das Oliveiras (Lc 21, 37). Dessa forma, Lucas não fala da estadia de Cristo em Betania, como o fazem os outros dois sinóticos.

Segunda-feira Santa: 10 de Nisã

Maldição da  figueira: Mt 21, 18-22, Mc 11, 12-14. Mateus diverge de Marcos, pois apresenta a figueira secando instantaneamente, enquanto Marcos mostra a maldição na segunda e a figueira seca no dia seguinte. Mas o significado é o mesmo: o povo judeu não produziu os frutos esperados.

Expulsão dos vendilhões do templo: Mc 11, 12-14. Apenas Marcos coloca este fato na segunda, enquanto Mateus e Lucas  o apresentam no próprio domingo. Com esse evento, Marcos marca o fim do dia.

Mateus apresenta então uma discussão e duas parábolas neste dia:
Discussão sobre a autoridade de Jesus: Mt 21, 23-27
Parábola dos dois filhos: Mt, 21, 28-32
Parábola dos vinhateiros homicidas: Mt 21, 33-45

O versículo 45 parece indicar o término da ação daquele dia, enquanto o primeiro versículo do capítulo 22 indica uma continuidade de alguma coisa interrompida (Jesus voltou a falar-lhes...).

Rubricas do Tríduo Pascal: Missa da Ceia do Senhor



  • Esta Missa dá início ao Tríduo Pascal.

  • Propõe-se comemorar aquela última Ceia na qual o Senhor amou até o fim os seus e ofereceu ao Pai o seu Corpo e o Sangue e mandou aos seus apóstolos que os oferecessem também.
  • Nesta Missa se faz memória:
    • Da Instituição da Eucaristia
    • Da instituição do sacerdócio
    • Do amor com que Jesus nos amou até a morte.
Deve-se preparar:
  • O que é necessário para a missa ordinária
No presbitério:
  • Âmbula com hóstias para comunhões do dia seguinte
  • Véu umeral
  • Tochas e velas
No lugar do lava-pés:
  • Assentos para os homens designados
  • Jarro com bacia e água
  • Toalha para enxugar os pés
  • O necessário para lavar as mãos (jarro com água e bacia, sabonete, manustérgio)
Na capela de reposição:
  • Flores e outros objetos para ornamentação
  • Sacrário para reposição
Rito

Ritos iniciais

  • A Missa segue-se como no Ordinário.
  • Entoa-se o hino do Glória, durante o qual tocam-se os sinos, que se calam após este toque até a Vigília Pascal.

Liturgia da Palavra

  • Liturgia da Palavra como no ordinário.
  • Terminada a homilia, procede-se ao Lava-pés.
    • Os homens escolhidos são conduzidos ao lugar preparado.
    • O celebrante depõe a casula e cinge-se com a toalha ou, caso haja, com o gremial.
    • O celebrante aproxima-se de cada um dos escolhidos e derrama água sobre seus pés,e enxuga-os, com auxílio do diácono.
    • Depois do lava-pés, o celebrante lava as mãos, reveste a casula e volta à cadeira presidencial.
  • Não se recita o Credo, seguindo-se imediatamente a oração universal.

Oração Eucarística

  • Para a Procissão das Oferendas, pode-se organizar uma procissão de fiéis com dádivas para os pobres (alimentos, roupas ou outros).
    • Também pode-se entrar com os óleos consagrados na Missa do Crisma.
  • Da preparação das ofertas até a Comunhão, procede-se como no Ordinário.
    • Não se tocam os sinos na Consagração.

Transladação do Santíssimo Sacramento

  • Os ritos finais serão omitidos.
  • Após a comunhão, as reservas eucarísticas são deixadas sobre o altar e reza-se a Oração após a Comunhão.
  • Após esta oração, o celebrante, de pé diante do altar, põe incenso no turíbulo e benze-o. ajoelhando-se incensa o Santíssimo Sacramento.
    • Em seguida, o celebrante recebe o véu de ombros, sobe ao altar, genuflete e, ajudado pelo diácono ou por outro ministro idôneo, recebe as âmbulas nas mãos, cobertas com as extremidades do véu.
  • Organiza-se a procissão através da igreja até o lugar de reposição, seguindo-se pelo caminho mais curto.
    • À frente vai a cruz, ladeada por velas acesas.
    • Seguem o diácono e concelebrantes.
    • Turiferário com turíbulo fumegante
    • O celebrante com o Santíssimo Sacramento, ladeado por velas.
    • Demais assistentes e fiéis.
  • Chegado ao lugar de reposição, o celebrante depõe a âmbula no altar ou no Sacrário, deixando a porta aberta.
    • Entoa-se o Tão sublime, enquanto o Santíssimo Sacramento é incensado pelo celebrante, de joelhos. Em seguida, introduz-se o Santíssimo no sacrário ou fecha-se a porta.
    • Após breve oração, todos se retiram em silêncio para a sacristia.
  • Em momento oportuno, o Altar deve ser desnudo e as cruzes da igreja devem ser retiradas ou cobertas.
  • As luzes do sacrário vazio devem ser apagadas.
  • Após a meia-noite, a adoração deve ser feita sem solenidade, e, se possível, em silêncio.

sábado, 16 de abril de 2011

Cronologia da Semana Santa: Domingo de Ramos (9 de Nisã)

Durante a Semana Santa, trazemos novamente à memória a última semana de vida terrena de nosso Salvador, Jesus Cristo. Há certas dificuldades em se elaborar uma cronologia destes acontecimentos, devido a "divergências" entre os evangelistas, os quais colocam alguns fatos em um dia ou em outro, como é o caso da refeição em Betânia, colocada por Mateus na quarta-feira (Mt 26,6) e apresentada por João nas vésperas do domingo (Jo 12,1).

Mas estas aparentes contradições apenas reforçam a veracidade do testemunho evangélico, em vez de desacreditá-lo, mostrando que cada um dos dois evangelistas e apóstolos os apresentam conforme os viveram e deles se lembram ao narrá-los.

Domingo de Ramos (9 de Nisã)

Maria unge os pés
de Jesus
Vésperas do domingo (sábado após o pôr-do-sol):
Jantar na presença de Marta, Maria e Lázaro, onde Maria unge Jesus com nardo puríssimo (Jo 12,1-11). Mateus e Marcos apresentam esse fato na quarta-feira (Mt 26,6; Mc 14, 1) e dão alguns detalhes, como o nome do anfitrião (Simão, o leproso)

Domingo pela manhã
(Seguindo pela cronologia apresentada no Evangelho de João. O dia seguinte em Jo 12, 12, é provavelmente a manhã do dia 9 de Nisã, já que o dia judaico inicia-se no pôr-do-sol da véspera)

Entrada Messiânica de Jesus em
Jerusalém
Entrada messiânica de Jesus em Jerusalém (Mt, 21,1-11; Mc  11, 1-10; Lc 19,28-40; Jo 12,12-16)

Marcos encerra aqui a atividade messiânica de Jesus, após entrada deste no Templo para observá-lo (Mc 11, 10)

Lucas insere no contexto da entrada de Jesus em Jerusalém o lamento e o choro de Jesus sobre a cidade (Lc 19, 41-44)

Expulsão dos vendilhões do Templo (Mt 21, 12-17; Lc 19,45-48). Marcos coloca-o na segunda-feira; João insere essa passagem no contexto da primeira ida de Jesus a Jerusalém, três anos antes da Paixão (Jo 2, 13)

Ensino no Templo (Lc 19, 47-48)

João apresenta a seguir uma discussão sobre a glorificação e a identidade do Filho do Homem, sendo difícil precisar o dia em que a mesma acontece (Jo 12, 20-36)

À tarde, Jesus retorna para Betânia (Mt 12,17; Mc 11,11)