quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Diocese alemã recupera tradição de São Nicolau e freia consumismo natalino

São Nicolau salva um homem da morte
São Nicolau e as crianças
São Nicolau socorre três jovens

DENVER, 18 Nov. 09 / 10:39 am (ACI).- Em um esforço por animar a população a substituir a comercialização do Natal por uma verdadeira devoção no tempo de Advento e Natal, a comunidade católica da Diocese de Speyer na Alemanha iniciou uma campanha para celebrar a São Nicolau.

A Federação de Juventude Católica Alemã (BDKJ) de Speyer se associou com outras organizações locais para difundir a devoção a São Nicolau de Mira, amigo e médico das crianças e de quem tem problemas. A campanha criou uma "zona livre de Papai Noel", recordando que a festa de São Nicolau se celebra a cada 6 de dezembro e sustenta que este santo representa a generosidade, a caridade e o serviço desinteressado.

São Nicolau foi bispo de Mira, (agora Demre) na Turquia, e é conhecido por sua generosidade e seu amor às crianças. Uma das histórias mais famosas sobre o santo é que deu de presente –jogando por uma janela- bolsas de ouro a um homem pobre para que pudesse ter o dote de suas filhas e evitar que estas fossem vendidas como escravas. Diz-se que o ouro terminou nos sapatos da família, que estavam secando perto da chaminé. Por isso, em alguns países, os crianças deixam no Natal seus sapatos na porta, ou penduram suas meias na chaminé, com a esperança de receber um presente na véspera da festa do santo.

Katrin Naab, presidente da BDKJ de Speyer, recordou que "São Nicolau não tem nada a ver com a publicidade do homem de chapéu vermelho e branco".

A campanha "Zona livre de Papai Noel" inclui uma variedade de pôsteres, insígnias, cartões eletrônicos, um mercado natalino ao ar livre, assim como Missas para crianças, jovens e famílias na festa de São Nicolau.

Grupo cria movimento para acabar com Papai Noel





Na falta do bom velhinho que conhecemos, quem distribui chocolate às criancinhas, é outro bom velhinho, que não carrega saco.

Em Paderborn, Alemanha, também é Natal. O espírito natalino enfeita as ruas, anima as crianças, amolece o coração dos adultos. Mas falta algo ou alguém muito importante.

Paderborn é uma das cidades alemãs que se tornou zona livre de Papai Noel. Na falta do bom velhinho que conhecemos, quem distribui chocolate às criancinhas, sem 'ho, ho, ho', é outro bom velhinho, que não carrega saco e, no lugar do gorro vermelho, usa uma mitra, o chapéu de bispo, alto e pontudo. É São Nicolau.

O movimento que pretende tornar toda a Alemanha uma zona livre de Papai Noel é ligado à Igreja Católica.

O líder não tem dó de falar mal do Papai Noel: “Ele representa a indústria do consumo”, diz. E explica que, antes, o Natal na Alemanha era associado a São Nicolau, mas Noel foi ficando cada vez mais conhecido e adorado, até destronar o santo.

Pelas ruas de Paderbon, o homem vestido de são Nicolau prega o fim do Papai Noel. “Se Nicolau também trouxer presentes, por que não?”, diz uma senhora.

Conseguir apoio infantil é mais complicado. “Acabar com o Papai Noel? Não acho bom”, encerra um menino.

Mas quem é São Nicolau? O Fantástico foi até a Turquia para descobrir. Em Demre, na costa mediterrânea turca, a 850 km ao sul de Istambul, entre os séculos I e II, viveu e morreu o santo conhecido por proteger os marinheiros, ajudar as crianças e oferecer ouro aos pobres, em segredo. Às vezes, até usava as chaminés para deixar sua oferta.

Hoje, a cidade com pouco mais de 15 mil habitantes vive do turismo do Noel Baba, Papai Noel em turco.

Além do museu, na antiga igreja da cidade, o Noel Baba é nome de tabacaria, mercado, restaurante e, quando o nome não está no letreiro, está no cardápio. Até o símbolo da prefeitura é o bom velhinho sorridente.

Mas lá não existe briga entre Papai Noel e São Nicolau. Os dois são a mesma pessoa, um originou o outro. Mesmo assim, há polêmica.

Em Demre, São Nicolau é representado por quatro estátuas e quase virou protagonista de um incidente diplomático.

Uma delas, que mostra São Nicolau com um saco às costas, cercado de crianças, foi a primeira erguida na cidade. A imagem tem uma longa barba, o que pode ter servido de modelo para o nosso Papai Noel.

Durante 20 anos, ela foi a única estátua de São Nicolau na cidade. No ano 2000, os cristãos ortodoxos russos, que veneram o santo e fazem peregrinação anual a Demre, encomendaram uma nova estátua, que está de braços abertos e lembra um santo.

Em 2005, o prefeito substituiu esta estátua por uma do Papai Noel, como nós conhecemos, com roupa e gorro vermelhos. O objetivo era atrair mais turistas. Em vez disso, atraiu a ira do governo russo, que protestou.

Para acalmar a situação a figura do Papai Noel foi para um depósito e, agora, no centro da praça principal, está uma imagem que mostra um homem turco cercado por crianças.

O vice-prefeito da cidade diz que a troca de estátuas não foi um ato político. “Queríamos ter uma figura original, feita por um artista da cidade”, afirma Yusuf Kapar.

Para um turista alemão, foi uma boa medida. “São Nicolau é o verdadeiro Papai Noel”, ele diz. “E não aquele que se veste de vermelho, uma figura comercial criada pelos americanos e misturada com lendas dos países nórdicos”.

As quatro estátuas não afastam a peregrinação dos devotos de São Nicolau. Mas esta não é a única polêmica envolvendo o santo.

Marinheiros italianos foram até a tumba de São Nicolau, onde os restos mortais do santo ficaram até 1087, e roubaram todos os ossos. Levaram para Bari, na Itália, onde hoje existe uma catedral em homenagem a ele. Agora o governo turco iniciou uma campanha para trazer de volta todos os ossos de São Nicolau.

E é a tumba vazia que recebe as maiores demonstrações de fé dos turistas que lotam a cidade no dia 6 de dezembro, dia em que São Nicolau morreu. Emocionados, os fiéis tocam a pedra, beijam o vidro que protege o local. São, na maioria, russos e gregos devotos do santo, pra quem a imagem do Papai Noel tradicional, como nós a conhecemos, só vale mesmo como souvenir.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Papai Noel (Parte II)







Por muito tempo, os católicos tinham o costume de trocar presentes no dia 6 de dezembro, dia da morte de São Nicolau. Em toda a Europa e Oriente Médio, a pessoa de são Nicolau era relacionada com a bondade e a caridade. Surgem histórias de um velho bispo bondoso que viajava de trenó ou a cavalo, dando frutas e doces às crianças pobres e comportadas e corrigindo as mal-educadas, vestido de paramentos e insígnias episcopais vermelhas.

Mas vieram tempos terríveis para os católicos da Alemanha, no século XVI, com a Revolta Protestante. As igrejas eram profanadas e as imagens de santos, destruídas. Foram proibidas as trocas de presentes no dia 6 de dezembro, dia de são Nicolau, e Lutero transferiu esse costume para o dia 25 de dezembro. Proibiu-se o culto dos santos, e, claro, também o de são Nicolau. Mas os católicos começam a falar do “pai Natal”, um homem de barba branca, vestido de verde (que é também uma cor usada pela igreja), usando um gorro como o que usavam os papas na época, chamado camauro, o qual era enviado pelo Menino Jesus às crianças mais pobres.

Na Holanda, apesar de ser um país protestante, continuou a ser chamado de São Nicolau, Sinter Klass em holandês. Quando os holandeses invadiram parte do Nordeste brasileiro, em 1630, trouxeram o costume de trocar presentes no dia 6 de dezembro. Ao serem expulsos em 1654, seguiram para Nova Amsterdã, na América do Norte, onde se formou a lenda atual de Papai Noel.

No século XIX nos Estados Unidos, a figura de são Nicolau foi conjugada com elementos mágicos. Graças a um desenhista de nome Thomas Nast, são Nicolau perdeu as características humanas e tornou-se um elfo, o qual era gordo e sorridente, fumava cachimbo e que não usava mais o camauro, gorro medieval usado pelos papas, mas sim uma carapuça com bordas brancas de arminho, totalmente vestido de verde.

Nast também imaginou uma fábrica para o Papai Noel no Polo Norte, e foi ele quem teve a idéia do trenó puxado por renas. Nast também decidiu que somente as crianças boazinhas, independente da classe social, seriam presenteadas.

A figura atual do Papai Noel se deve à Coca-Cola, ao vesti-lo de vermelho, cor do refrigerante, em sua campanha publicitária em 1931. Na ocasião, substituiu-se o cachimbo de Papai Noel por uma garrafa de refrigerante e colocaram nele botas e cinturão. Ele tornou-se agora um homem, um senhor de idade, e não mais um elfo. A campanha estourou, e a nova imagem de são Nicolau espalhou-se pelo mundo.

O Papai Noel chegou ao Nordeste brasileiro com os holandeses, mas só se espalhou pelo país na década de 20. A figura difundida era a de são Nicolau, de batina vermelha de bispo e mitra. Era comum nesse dia ofertar aos mais pobres comida e roupas. Só após a Segunda Guerra Mundial é que o Papai Noel norte-americano chegou ao país.

Na Inglaterra, a imagem do bispo bondoso e simpático confundiu-se com a do Pai Inverno, figura mítica, gerando o Pai Natal, e esse nome chegou à França: Pére Nöel – Pai Natal, como é chamado até hoje em Portugal. Mas no Brasil da década de 20, influenciado pelo francês, a forma francesa popularizou-se: Papai Noel – nome que permanece até hoje.

Papai Noel (Parte I)




Um dos mais famosos símbolos natalinos cristãos é o famoso Papai Noel. Como assim? Papai Noel não é uma figura usada para incentivar o consumismo, carregada de simbolismo pagão?

Sim e não. Vamos ver agora que o Papai Noel surgiu em ambiente cristão.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Frase de Santo Afonso de Ligório



Mede-se a dignidade do padre pelas altas funções que ele exerce. São os padres escolhidos por Deus, para tratarem na terra de todos os seus negócios e interesses; é uma classe inteiramente consagrada ao serviço do divino Mestre, diz S. Cirilo de Alexandria. Também Sto. Ambrósio chama ao ministério sacerdotal uma “profissão divina”. O sacerdote é o ministro, que o próprio Deus estabeleceu, como embaixador público de toda a Igreja junto dele, para o honrar, e obter da sua bondade as graças necessárias a todos os fiéis.

Não pode a Igreja inteira, sem os padres, prestar a Deus tanta honra, nem obter dele tantas graças, como um só padre que celebra uma missa. Com efeito, sem os padres, não poderia a Igreja oferecer a Deus sacrifício mais honroso que o da vida de todos os homens: mas o que era a vida de todos os homens, comparada com a de Jesus Cristo, cujo sacrifício tem um valor infinito? O que são todos os homens diante de Deus senão um pouco de pó, ou antes um nada? Isaías diz: São como uma gota de água... e todas as nações são diante dele, como se não fossem.

Assim, o sacerdote que celebra uma missa rende a Deus uma honra infinitamente maior, sacrificando-lhe Jesus Cristo, do que se todos os homens, morrendo por ele, lhe fizessem o sacrifício das suas vidas. Mais ainda, por uma só missa, dá o sacerdote a Deus maior glória, do que lhe têm dado e hão de dar todos os anjos e santos do Paraíso, incluindo também a Virgem santíssima; porque não lhe podem dar um culto infinito, como o faz um sacerdote celebrando no altar.

Além disso, o padre que celebra oferece a Deus um tributo de reconhecimento condigno da sua bondade infinita, por todas as graças que ele há sempre concedido, mesmo aos bem-aventurados que estão no Céu. Este reconhecimento condigno nem todos os bem-aventurados juntos o poderiam prestar; de modo que, ainda sob este ponto de vista, a dignidade do padre está acima de todas as dignidades, sem exceptuar as do Céu.

Mais, o padre é um embaixador enviado pelo universo inteiro, como intercessor junto de Deus, para obter as suas graças para todas as criaturas; assim fala S. João Crisóstomo. Santo Efrém ajunta que o padre trata familiarmente com Deus. Para o padre, numa palavra, não há nenhuma porta fechada.

Jesus Cristo morreu para fazer um padre. Não era necessário que o Redentor morresse para salvar o mundo: uma gota de sangue, uma lágrima, uma prece lhe bastava para salvar todos os homens; porque, sendo esta prece dum valor infinito, era suficiente para salvar, não um mundo, mas milhares de mundos.

Pelo contrário, foi necessária a morte de Jesus Cristo para fazer um padre: pois, doutro modo, — onde se encontraria a Vítima que os padres da lei nova oferecem hoje a Deus, Vítima santíssima, sem mancha, só por si suficiente para honrar a Deus duma maneira condigna de Deus? O sacrifício da vida de todos os anjos e de todos os homens não seria capaz, como acabamos de dizer, de prestar a Deus a honra infinita, que lhe presta um padre com uma só missa.
(Santo Afonso, A Selva)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O padre



Um padre deve ser,
ao mesmo tempo, pequeno e grande,
de espírito nobre, como de sangue real,
simples e espontâneo como um colono,
um herói no domínio de si, um homem que lutou com Deus,
uma fonte de santificação, um pecador que Deus perdoou,
senhor de seus desejos, um servidor humilde para os tímidos e fracos, que não se rebaixa diante dos poderosos, mas se curva diante dos pobres, discípulos de seu senhor,
chefe de seu rebanho, um mendigo de mãos largamente abertas,
um portador de inumeráveis dons,
um homem no campo de batalha,
uma mãe para confortar os doentes, com a sabedoria da idade e a confiança de um menino,
voltado para o alto, os pés na terra,
feito para a alegria, experimentado no sofrimento, longe de toda a inveja,
que vê longe, que fala com franqueza, um inimigo da preguiça, sempre fiel.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Frases de São Pio de Pieltrecina


"O santo silêncio nos permite ouvir mais claramente a voz de Deus".

"É preciso amar, amar e nada mais".

"O amor é a rainha das virtudes. Como as pérolas se ligam por um fio, assim as virtudes, pelo amor. Fogem as pérolas quando se rompe o fio. Assim também as virtudes se desfazem afastando-se o amor".

"Dirás tu o mais belo dos credos quando houver noite em redor de ti, na hora do sacrifício, na dor, no supremo esforço duma vontade inquebrantável para o bem. Este credo é como um relâmpago que rasga a escuridão de teu espírito e no seu brilho te eleva a Deus".

"Quando Jesus vem a nós na santa comunhão, encontra alegria em Sua criatura. Por nossa parte, procuremos Nele a nossa alegria."

"Menosprezai vossas tentações e não vos demoreis nelas. Imaginai estar na presença de Jesus. O crucificado se lança em vossos braços e mora no vosso coração. Beijai-Lhe a chaga do lado, dizendo: "Aqui está minha esperança; a fonte viva da minha felicidade. Seguro-vos, ó Jesus, e não me aparto de vós, até que me tenhais posto a salvo".

domingo, 21 de novembro de 2010

"A Palavra de Deus não vale menos que o Corpo do Cristo"




"Eu lhes pergunto, irmãos e irmãs, digam o que, na opinião de vocês, tem mais valor: a Palavra de Deus ou o Corpo do Cristo? Se quiserem dar a verdadeira resposta, certamente deverão dizer que a Palavra de Deus não vale menos que o Corpo do Cristo. E por isso, todo o cuidado que tomamos quando nos é dado o Corpo do Cristo, para que nenhuma parte escape de nossas mãos e caia por terra, tomemos este mesmo cuidado, para que a Palavra de Deus que nos é entregue, não morra em nosso coração enquanto ficamos pensando em outras coisas ou falando de outras coisas; pois aquela pessoa que escuta de maneira negligente a Palavra de Deus, não será menos culpada que aquela que, por negligência, permitisse que caia por terra o Corpo do Cristo."

São Cesário de Arles, Sermo 78,2, Sources Chrétiennes, 330

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Frase de São Jerônimo



“Eu penso que o Corpo de Cristo é o Evangelho e que seus ensinamentos são as sagradas escrituras. Quando, pois, Jesus diz: ‘Quem não come minha carne e não bebe o meu sangue, não tem a vida,’, podemos certamente entender que ele está falando da eucaristia. Mas é certo igualmente que o Corpo de Cristo e seu sangue são a palavra das escrituras, seu divino ensinamento. Quando participamos da celebração da eucaristia, tomamos cuidado para que nenhuma migalha se perca. Quando ouvimos a palavra de Deus, quando a palavra de Deus é dada a nossos ouvidos e nós, então, ficamos pensando em outras coisas, que cuidado tomamos? Alimentamo-nos da carne de Cristo, não somente na eucaristia, mas também na leitura das escrituras.”

São Jerônimo, Comentário sobre o Livro do Eclesiastes

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Liturgia e Rito


O QUE É A LITURGIA?

A liturgia é a ação sagrada por excelência. É uma ação divina, realizada “por Cristo, com Cristo e em Cristo”: é uma ação da Igreja que estabelece a ligação com Deus por meio de Jesus.

A liturgia se dá por meio de ritos, os quais são percebidos pelos sentidos e remetem a seu significado. Por meio dos sacramentos, uma realidade que pode ser sentida humanamente e revela uma realidade superior e espiritual, conferindo a graça de Deus.

A Liturgia é celebrada pelo próprio Jesus Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote, quem exerce uma mediação entre nós e o Pai (Cf. Hb 5, 1-14). É Ele quem age na Igreja, em proveito da Igreja. E também é a Igreja quem atua, e é por meio da ação dela que a ação de Cristo se atualiza e se faz presente. Ou seja, a Igreja é o instrumento pelo qual Cristo age no mundo.

O fim de todo ato litúrgico é a glorificação de Deus, ou seja, louvá-lo e adorá-lo. A principal forma de glorificar a Deus de que o homem é capaz é buscar a sua própria santificação (que é a união com Deus), e a Liturgia também oferece meios para aproximar o homem de Deus, santificando-o, fazendo-o buscar a Deus e amá-lo.
A CELEBRAÇÃO

Um ato litúrgico, como a Santa Missa, não é uma repetição, mas uma celebração. Apesar de haver Missas todos os dias, em todos os países do mundo, em todos os momentos, nenhum padre repete a Santa Missa, mas a celebra.

Para que haja uma celebração, são necessários três elementos: um fato que é lembrado e comemorado, um rito que se realiza e a comunicação de sentimento entre as pessoas que participam no evento que ocorre.

Para se entender o que é celebração, é bom imaginar uma festa de aniversário de um ano de uma criança: o que se celebra na festa é o fato que ocorreu de um nascimento e da vida de uma criança que se conservou por um ano. Este fato é invocado, lembrado, narrado e divulgado entre os presentes. É considerado como uma coisa muito boa, caso contrário, não seria lembrado.

Na festa de aniversário, também ocorre um rito: se cantam os parabéns, reúnem-se os amigos, enfeita-se as casa com balões, acendem-se velas em um bolo, sempre do mesmo modo, como fazem outros pais de outras crianças... Chato? Não! Um rito é um conjunto de símbolos que expressam uma coisa, mas que aparece sempre como uma novidade.

Por outro lado, quem participa da festa de uma criança se une na alegria de sua pessoa, em sua alegria, ainda que a criança não entenda o que está acontecendo.

Da mesma maneira, fazer arroz: sempre se precisa lavar o arroz, escorrê-lo, fritá-lo, refogá-lo, deixá-lo cozinhar até dar o ponto certo. Contudo, sempre é um arroz novo, e não o mesmo arroz que se prepara a cada dia

Muito mais a ação de Jesus, a sua vida e a salvação que Ele nos deu é que é celebrada. E não é algo chato e repetitivo, mas é algo sempre novo.

Fonte: Apostila de Acólitos (2008), Rodrigo Demetrio

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Vícios e virtudes



VÍCIO

Não é algo incomum ouvir que uma pessoa é viciada em drogas, em jogos, em bebidas, em televisão ou alguma outra coisa. Normalmente, elas são vistas como pessoas dignas de compaixão, presas a alguma coisa da qual não conseguem sair.

O vício é uma coisa ruim. É quando uma coisa má (drogas, bebidas ou mesmo um pecado, principalmente contra a pureza) ou mesmo boa com certo limite (assistir um programa de televisão, jogar videogames ou navegar pela internet) é feita frequentemente pela pessoa e acaba tornando-se um hábito, algo que a pessoa faz ou deseja fazer a todo momento, ainda que não o perceba, ou já não é mais capaz de parar de fazê-lo.

O vício prende tanto a pessoa que ela já não é mais capaz de se controlar diante do objeto de seu vício, e sofre bastante na ausência dele. A pessoa já não é mais livre: tornou-se escrava.

VIRTUDE

Oposta ao vício está a virtude. Sempre é um elogio para uma pessoa dizer que ela é virtuosa: um rapaz é humilde, uma moça é obediente, um menino é asseado, uma menina é pura. Enquanto indicar alguém por um vício é algo ruim (“aquele rapaz é um preguiçoso!”), é um elogio apontar alguém por sua virtude (“veja que moça diligente!”).

A virtude é também um hábito, mas que se refere a uma coisa boa, repetida diversas vezes, de modo a tornar-se algo já próprio ao comportamento da pessoa. Uma pessoa sincera, por exemplo, contará uma verdade que até mesmo a prejudique mais facilmente que uma pessoa mentirosa.
HÁBITOS BONS E HÁBITOS MAUS
Há hábitos bons, os quais devem ser cultivados por todos, e hábitos maus, os quais devem ser evitados.

ALGUNS HÁBITOS BONS
Vícios ou Hábitos maus
  • Obediência
  • Desapego
  • Pureza
  • Castidade
  • Pudor
  • Simplicidade
  • Sinceridade
  • Asseio
  • Temperança
  • Atenção
  • Diligência
  • Silêncio
  • Sinceridade
  • Humildade
  • Pontualidade
ALGUNS HÁBITOS MAUS
  • Preguiça
  • Desatenção
  • Impureza
  • Orgulho
  • Mentira
  • Fofoca
  • Inveja
  • Murmuração
  • Gula
  • Vaidade
  • Despudor
  • Irritação
  • Impontualidade
  • Desatenção
  • Apego
Fonte: Apostila para Acólitos (2008), Rodrigo Demetrio

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Oração pelos sacerdotes - Santos Sacerdotes, Senhor!



Senhor, pelo amor infinito que tendes à Vossa Igreja, humildemente Vos suplicamos que santifiqueis nossos irmãos sacerdotes.

Hoje, mais do que nunca, precisamos de santos sacerdotes que nos faça sentir necessidade de Vós e saudade de céu. Revivei neles, mais uma vez , com a Vossa Palavra, com as Vossas virtudes, com o Vosso Coração. Partilhai com eles o Vosso amor à cruz, para que sejam pobres e humildes como Vós, puros como a Hóstia que seguram, fortes como os mártires de todos os tempos. Tornai-os Vossos íntimos confidentes de tal modo que, aproximando-nos deles, possamos reconhecer-Vos, rever a Vossa mansidão nos trabalhos de seu ministério e regozijar-nos novamente com a Vossa bondade em cada gesto de sua pessoa. Em troca de tão grande favor, prometo-Vos cumprir mais fielmente Vossa santa vontade e, sobretudo, abraçar todo dia, com amor, a cruz que Vós nos ofereceis. Amém.

Bênção da Casa


Oração para a bênção da casa, para ser rezada pelos seus moradores:

Ó Deus, abençoai e protegei os moradores desta casa. Abençoai tudo o que se encontra em nossa casa, os que nela entram e os que dela saem. Guardai nossa casa e dai-nos a vossa paz. Dai-nos coragem para enfrentar, com sabedoria e amor, a luta do dia a dia, transformando-nos em instrumento de vossa vontade. Amém.

Ano Litúrgico




O Ano Litúrgico é o tempo que marca as datas dos acontecimentos da História da Salvação. Não é como o ano civil, que começa em 1º de Janeiro e termina em 31 de dezembro, mas começa no 1º domingo do Advento e termina no último sábado do tempo comum, que é na véspera do 1º domingo do Advento.
ADVENTO
Início: 4 domingos antes do Natal
Término: 24 de dezembro à tarde
Cor: Roxa

O Tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que comemoramos a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, se voltam os corações para a expectativa da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Por esse duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa expectativa da vinda do Messias, além de se apresentar como um tempo de purificação de vida. O tempo do Advento inicia-se quatro domingos antes do Natal e termina no dia 24 de Dezembro, desembocando na comemoração do nascimento de Cristo. É um tempo de festa, mas de alegria moderada.
NATAL
Início: 25 de dezembro
Término: Na festa do Batismo de Jesus
Cor: Branca

Após a celebração anual da Páscoa, a comemoração mais venerável para a Igreja é o Natal do Senhor e suas primeiras manifestações, pois o Natal é um tempo de fé, alegria e acolhimento do Filho de Deus que se fez Homem. O tempo do Natal vai da véspera do Natal de Nosso Senhor até o domingo depois da festa da Epifania, em que se comemora o Batismo de Jesus. No ciclo do Natal são celebradas as festas da Sagrada Família, de Santa Maria, Mãe de Deus e do Batismo de Jesus.

QUARESMA
Início: Quarta-Feira das Cinzas
Término: Quarta-feira da Semana Santa
Cor: Roxa

O Tempo da Quaresma é um tempo forte de conversão e penitência, jejum, esmola e oração. É um tempo de preparação para a Páscoa do Senhor, e dura cerca de quarenta dias. Neste período não se diz o Aleluia, nem se colocam flores na Igreja, não devem ser usados muitos instrumentos e não se canta o Glória, para que as manifestações de alegria sejam expressadas de forma mais intensa no tempo que se segue, a Páscoa. A Quaresma inicia-se na Quarta-feira de Cinzas, e termina na manhã de Quinta-feira Santa. Seu período mais expressivo é a Semana Santa, lembrança da última semana de Jesus na terra, que se inicia no Domingo de Ramos e termina no Tríduo Pascal.
Tríduo Pascal
O Tríduo Pascal começa com a Missa da Santa Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa. Neste dia, é celebrada a Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, e comemora-se o gesto de humildade de Jesus ao lavar os pés dos discípulos.

Na Sexta-Feira Santa celebra-se a Paixão e Morte de Jesus Cristo. É o único dia do ano que não tem Missa, acontece apenas uma Celebração da Paixão do Senhor.

Durante o Sábado Santo, a Igreja não exerce qualquer ato litúrgico, permanecendo em contemplação de Jesus morto e sepultado.

Na noite de Sábado Santo, já pertencente ao Domingo de Páscoa, acontece a solene Vigília pascal. Conclui-se, então, o Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-Feira, Sexta-Feira e o Sábado Santo, que prepara o ponto máximo da Páscoa: o Domingo da Ressurreição.

PÁSCOA
Início: Domingo de Páscoa (Tríduo Pascal)
Término: No Pentecostes
Cor: Branca

A Festa da Páscoa ou da Ressurreição do Senhor, se estende por cinquenta dias entre o domingo de Páscoa e o domingo de Pentecostes, comemorando a volta de Cristo ao Pai na Ascensão, e o envio do Espírito Santo. Estas sete semanas devem ser celebradas com alegria e exultação, como se fosse um só dia de festa, ou, melhor ainda, como se fossem um grande domingo, vivendo uma espiritualidade de alegria no Cristo Ressuscitado e crendo firmemente na vida eterna.

TEMPO COMUM
Início: 2ª feira após o Batismo de Jesus
Término: Véspera da Quarta-feira das Cinzas
Início: Segunda-feira após o Pentecostes
Término: Véspera do 1º Domingo do Advento
Cor: Verde

Além dos tempos que têm características próprias, restam no ciclo anual trinta e três ou trinta e quatro semanas nas quais são celebrados, na sua globalidade os Mistérios de Cristo.

Comemora-se o próprio Mistério de Cristo em sua plenitude, principalmente aos domingos. É um período sem grandes acontecimentos, mas que nos mostra que Deus se faz presente nas coisas mais simples. É um tempo de esperança acolhimento da Palavra de Deus. Este tempo é chamado de Tempo Comum, mas não tem nada de vazio. É o tempo da Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e no trabalho pelo Reino. O Tempo Comum é dividido em duas partes: a primeira fica compreendida entre os tempos do Natal e da Quaresma; a segunda parte fica entre os tempos da Páscoa e do Advento, e é o momento do cristão colocar em prática a vivência do reino e ser sinal de Cristo no mundo, ou como o mesmo Jesus disse, ser sal da terra e luz do mundo.

Fonte: Apostila de coroinhas, Rodrigo Demetrio

Tempo Litúrgico

Cristo, Senhor do Tempo e da História


O tempo constitui uma experiência muito forte para o homem. Ele é fortemente marcado pelo tempo: nasce, cresce, se desenvolve sempre. Nunca consegue parar o tempo. Nasce como um bebê, engatinha, põe-se de pé e aprende a andar. Cresce, desenvolve-se na infância, logo chega à adolescência, torna-se adulto e, não demora, começam os sinais do tempo. Por fim, o homem volta à terra de onde saiu.

Durante sua vida, o homem experimenta diversas passagens. A primeira é a de gerações e de indivíduos por esta vida. Depois, a passagem dos dias e dos anos: o tempo solar. Também a passagem de ciclos da lua, marcando as semanas e os meses. Também pela alternância de dia e noite, trevas e luz, manhã e tarde.

Cristo é o Senhor do tempo: Ele nasceu e cresceu como nós. Chegou à idade adulta e morreu. Enfrentou as grandes angústias humanas, em especial a experiência da morte. Mas Ele a venceu, e promete que, com Ele, também a venceremos e penetraremos na eternidade, onde não há tempo.

A Liturgia se realiza segundo diversos tempos.

Medalha comemorativa do grande Jubileu do ano 2000
Tempo das gerações: é marcado principalmente pelos jubileus, quando a Igreja celebra ação de graças por um período de tempo determinado, normalmente a cada cinquenta anos. Também há a celebração dos centenários, dos milênios.

Tempo da vida: a Liturgia também se faz presente nos diversos momentos da vida, por meio da celebração dos Sacramentos, que celebram a vida, a maturidade, o amor conjugal, a morte.
Tempo solar: é a experiência de ano vivido no Ano Litúrgico. A Igreja relembra o mistério de Cristo, de sua Encarnação e Natividade até sua Ascensão, o dia de Pentecostes e a espera da vinda de Jesus. Relembrando os mistérios da vida do Salvador, distribui aos fiéis as riquezas do poder santificador e dos méritos de Cristo, de sorte que os torna presente novamente, para que os fiéis entrem em contato com eles e sejam repletos da graça da salvação.

O tempo Litúrgico se organiza em torno de duas celebrações principais, o Natal e o Tríduo Pascal, o período de preparação (Advento e Quaresma) e a comemoração que lhes é posterior (Tempo do Natal e Tempo da Páscoa) e pelo Tempo Comum (que celebra a caminhada do povo rumo a Deus até a segunda volta do Salvador).

O tempo
Tempo lunar: na experiência das passagens do tempo lunar, as semanas, a Igreja celebra a Páscoa do Senhor no primeiro dia da semana, o Dia do Senhor, o Domingo. Neste dia, os cristãos se reúnem para ouvir a Palavra de Deus e celebrar a Eucaristia, se lembrarem da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor e darem graças a Deus que os salvou. O Domingo é o dia de festa primordial que deve ser sempre lembrado com grande respeito, como dia de alegria e descanso.

Tempo diário: a cada dia se faz uma experiência de passagem de trevas para luz e de luz para as trevas, de noite para o dia e de dia para a noite. Nesta experiência diária, a Liturgia propõe a celebração do mistério pascal da Paixão, Morte, Sepultura e Ressurreição de Cristo. Isso é expresso na Liturgia das Horas, pelo louvor Matutino, na hora chamada Laudes, onde se celebra a ressurreição de Jesus e a vida nova dos cristãos em Cristo; e na hora vespertina, chamada Vésperas, onde se recorda a doação de Cristo na Cruz, a Eucaristia, o sacerdócio e o dom da Igreja. Nas outras horas menores, recorda os passos da paixão de Jesus e os mistérios da Igreja.

Eucaristia: é celebrada no tempo, mas não está vinculada ao tempo, pois é sempre atualização de um fato histórico, mas presente na eternidade. Todas as experiências do tempo podem ser celebradas pela Eucaristia: os tempos das gerações, os tempos da vida, dos anos, das semanas e dos dias.

Fonte: Apostila de coroinhas, Rodrigo Demetrio

domingo, 24 de outubro de 2010

Gestos Litúrgicos



A vida do homem é marcada por gestos com significado. Um aceno de cabeça pode significar afirmação ou negação, um piscar de olhos pode ser uma aprovação, um balançar das mãos indica despedida, um dedo levantado indica pedido de atenção. Também na Liturgia, os diversos gestos e movimentos possuem um significado mais profundo.

Gestos com as mãos

Os gestos são de movimentos do corpo, especialmente da cabeça e dos braços, capazes de exprimir idéias, sentimentos e de realçar o sentido da palavra.

As mãos são o órgão mais importante no ser humano para fazer obras externas. O homem pode usá-la para fazer o bem ou o mal. A mão aberta é sentido de generosidade. Estar nas mãos de Deus significa estar em seu poder e disposição, na proteção de Deus.

Sinal da Cruz: não é um sinal precipitado, disforme, mas um sinal bem feito, lento, da fronte até o peito, de um ombro ao ombro. O sinal da Cruz é o sinal do cristão, daquele que acredita que foi pela Cruz que veio a salvação. Na Cruz, Cristo redimiu a humanidade inteira. Por meio da Cruz, Ele santifica o homem, totalmente. Por isso, ele é feito antes da oração, para que ordene e concentre os nossos pensamentos, coração e vontade em Deus. Depois de rezar, para que permaneçam as graças recebidas. Na tentação, para fortalecer. No perigo, para proteger.

O sentido do sinal da cruz é o pedido de bênçãos, da proteção de Deus. Deve ser feito lentamente, amplamente e com cuidado. Ele é feito pela própria pessoa, ao início da Liturgia e ao final; é traçado sobre a testa, a boca e o peito na Proclamação ao Evangelho; é feito sobre o Livro do Evangelho pelo sacerdote ou diácono que o proclama; é feito sobre as oferendas, antes da Consagração; por fim, é traçado no ar ao se abençoar o povo.

Juntar as mãos: as mãos juntas indicam o recolhimento, a oração profunda e o contato com Deus. As mãos juntas indicam alguém que se recolhe em si e se mantém a sós com Deus em seu coração, como se o quisesse manter dentro de si, escondido. É um gesto que diria: “estou a sós com Deus”. É também atitude de humildade e reverência, que revela uma firme disciplina e uma reverência contida de quem se dispõem a dirigir a palavra a Deus de maneira singela e a escutar-lhe atentamente. Também é gesto de entrega total, de quem as mãos como prisioneiras nas mãos de Deus. É o gesto que se deve manter ao ter as mãos livres durante a celebração.

Erguer as mãos: é a expressão da oração comunitária, da ação de graças. É expressão de um sentimento ardente que se eleva e clama por Deus. É também expressão de oferta, de quem toma a si mesmo e a tudo que tem e se oferece a Deus em um alegre sacrifício, unindo-se à oferta de Cristo, quem se imolou totalmente ao Pai. É um gesto proposto para ser realizado no Pai-Nosso pelo sacerdote. Seu uso pelos fiéis fica a cargo da decisão do bispo diocesano.

Dar as mãos: é um gesto usado pelos noivos no Matrimônio, que significa o amor e a comunhão. Dar as mãos no Pai-Nosso não é previsto no Rito Romano, mas pode ser um gesto significativo em certas ocasiões, sem se tornar permanente. Também se dá as mãos no rito da paz, como sentido de comunhão.

Imposição das mãos: é um gesto que significa abençoar, transmitir força e proteção de Deus. É usado para conferir o Sacramento da Ordem nas ordenações.

O homem não se comunica apenas pelas mãos, mas por todo seu corpo. Uma má postura em uma conversa pode indicar falta de atenção, a cabeça elevada para cima enquanto se anda pode indicar orgulho etc.

Sinais do corpo

Genuflexão: a genuflexão se faz dobrando o joelho direito até o chão, e significa adoração. É um gesto reservado ao Santíssimo Sacramento e à Cruz de Cristo, na Sexta-Feira Santa.

Na Santa Missa, o celebrante faz três genuflexões: depois da apresentação da hóstia e do cálice consagrados e antes de comungar (durante o Cordeiro de Deus). Se houver sacrário com o Santíssimo Sacramento no presbitério, o sacerdote celebrante e seus ministros fazem genuflexão quando chegam ao Altar e dele se retiram, mas não durante a celebração. Também fazem genuflexão todos os que passam diante do Santíssimo, exceto se andam processionalmente. Aqueles que levam as velas e a cruz processional não fazem genuflexão, mas apenas inclinação da cabeça.

Inclinação: a inclinação manifesta a honra e a reverência que se atribuem às próprias pessoas e aos seus símbolos. Há duas espécies de inclinação: a de cabeça e a de corpo.

A inclinação de cabeça se faz quando se nomeiam juntas as três Pessoas divinas (Pai, Filho e Espírito Santo), ao nome de Jesus Cristo, da Virgem Maria e do Santo em cuja honra se celebra a Santa Missa.

Inclinação do corpo é feita principalmente ao Altar. O sacerdote a faz em algumas orações. É feita também antes e depois de incensar por quem incensa e por quem é incensado, mas não antes de se incensar o Altar e as oferendas. Também se faz inclinação profunda para receber as bênçãos. Quem traz o Evangeliário solenemente para a Celebração não faz nenhuma inclinação, pois está trazendo o próprio Senhor que convocou seu povo. Também se faz uma inclinação profunda ao se passar diante do Altar ou do sacerdote celebrante durante a Santa Missa.

Prostração: é um dos símbolos mais fortes da Liturgia. A pessoa deita-se por terra, em sinal de humilhação, de pequenez diante da missão que lhe é confiada. É feita pelos que farão profissão religiosa, pelos que serão ordenados e é facultativa ao celebrante e aos ministros ordenados na Celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-Feira Santa.

Posturas do Corpo

As posturas do corpo constituem uma linguagem comunitária, um modo de rezar. É sinal da unidade dos membros da comunidade cristã, que exprime e estimula os pensamentos e os sentimentos dos participantes.

Estar de pé: pôr-se de pé significa concentrarmos nossas forças, uma atitude vigorosa e disciplinada. Significa estar atento, pois esta posição exige estar desperto. Significa, enfim, estar preparados, pois quem está de pé pode ir imediatamente daqui acolá, cumprir um encargo ou iniciar um trabalho assim que for ordenado.

Os fiéis permanecem de pé do início do canto de entrada ou enquanto o sacerdote se aproxima do altar até o final da oração coleta; durante o canto do Aleluia e a proclamação do Evangelho; durante a profissão de fé e a oração universal; do convite Orai, irmãos até o final da Missa.

Sentados: é sinal de repouso, de acolhida, de meditação, de interiorização. Senta-se durante as leituras antes do Evangelho e do Salmo responsorial, durante a homilia e durante a preparação das ofertas e, se conveniente, enquanto se observa o silêncio sagrado após a comunhão.

Ajoelhados: expressa atitude de humildade, recolhimento e adoração. É uma postura pouco utilizada na liturgia, usada apenas para a consagração e para a adoração ao Santíssimo Sacramento. Durante o momento da consagração, todos devem se ajoelhar, até que o padre diga: Eis o mistério da fé. Aqueles que não puderem se ajoelhar por motivo de saúde, idade ou falta real de espaço, devem ao menos inclinar a cabeça durante a genuflexão do sacerdote.

Movimentos

O principal movimento na Liturgia é a procissão. Durante a Santa Missa há diversas procissões. No Antigo Testamento, o caminho significa o plano divino sobre a vida do homem, e o seu comportamento em relação aos mandamentos de Deus.

Procissões: podem ser dentro da celebração da santa Missa ou fora dela. A Santa Missa inicia-se com a procissão de entrada, expressão do povo de Deus a caminho da Terra prometida reunido para celebrar sua caminhada e alimentar-se com o Pão do Céu.

A procissão do Evangeliário simboliza Jesus que se levanta na assembleia para dirigir sua Palavra aos seus fiéis, que O saúdam, O aclamam para ouvir com atenção sua Palavra.

A procissão das oferendas simboliza a assembleia que apresenta a Cristo, o Altar, sua vida, simbolizada pelo pão e pelo vinho. A assembleia une-se a Cristo para oferecer-se ao Pai.

A procissão da Comunhão simboliza o Povo de Deus que se alimenta do Pão da Vida para prosseguir seu caminho rumo a Deus.

Além dessas, há outras procissões independente da Santa Missa, como a procissão de Corpus Christi, dos santos ou da Semana Santa.

Fonte: Apostila de coroinhas, Rodrigo Demetrio

sábado, 23 de outubro de 2010

Sinais Litúrgicos

No nosso dia-a-dia, somos confrontados a todo o momento com sinais: seja nos semáforos de trânsito, em comerciais, ou até mesmo aqui, em que interpretamos as letras, que são sinais das palavras, as quais são sinais de alguma coisa existente.

Um sinal deve ser algo que possa ser percebido, seja visto, ouvido, cheirado, sentido ou degustado. Um semáforo, um toque de telefone, o cheiro de fumaça, a vibração de um celular ou um gosto estranho podem ser sinais que se referem a outras coisas: o semáforo significa a ordem exigida para o trânsito; o telefone que toca indica que alguém quer falar; o cheiro de fumaça indica fogo; o celular que vibra indica ligação ou mensagem; um gosto estranho indica que um alimento pode não estar bom.

O sinal é algo sensível (que pode ser percebido por um dos sentidos) e é significativo, possui um significado a que se refere. Ele aponta para uma coisa diferente dele: a pegada fresca de um leão indica que há um leão vivo por perto, mas a pegada não é o próprio leão, indicando que ainda há tempo para tentar fugir.

Luz e trevas, contraste amplamente presente na Liturgia
Os sinais litúrgicos são os sinais presentes na Liturgia, os quais servem para nos recordar da ação que Cristo realizou, da ação presente que ele opera por meio dos sinais e da salvação que Ele nos concede agora e que se concretizará na plenitude dos tempos.
LUZ E TREVAS
A luz e as trevas são um dos sinais mais eloquentes da Liturgia. Sem luz não existe vida. O sol aquece e ilumina. A vela faz ver o caminho, as coisas e as pessoas. As trevas são figuras da morte, de quem fecha os olhos. Deus é luz, e o próprio Cristo é chamado no Símbolo Niceno-Constantinopolitano de “Luz da Luz”.

A luz é expressa em especial no sinal do fogo: o fogo novo, usado na Vigília Pascal, e o Círio Pascal são símbolos do próprio Cristo que vence a morte e ilumina a sua Igreja, e transmite a vida aos fiéis, os quais acendem no Círio suas velas. A vela que se acende no Batismo, na Primeira Comunhão, no Crisma, na profissão religiosa e na própria morte são sinais da vida nova em Cristo, da própria fé. Por fim, a lamparina acesa dia e noite diante do Santíssimo, sinal da presença de Deus. O fogo é sinal de Deus e de sua presença na alma.

As velas do altar simbolizam os fiéis que participam da Santa Missa. Acesas, elas indicam a comunhão e a união com Deus e a intenção que os fiéis deveriam ter de consumir-se e permanecer perante Deus.
ÁGUA
Batismo do Senhor
A água é a fonte da vida do ser humano, que durante nove meses nela vive mergulhado no útero materno. Seu próprio corpo é composto por grande parte de água. A água serve para se purificar, embelezar, limpar-se, refrescar, reanimar, matar a sede. A água é, enfim, o símbolo da vida. Sem ela, não viveríamos.

No Batismo, a Igreja comemora a ação de Deus por meio da água: por meio das águas do Batismo surge uma nova vida. Mas também ela é morte, como foi para os egípcios na travessia do mar Vermelho, que se afogaram ao tentar perseguir os israelitas. Ela é morte para o homem velho, para o pecado, e vida nova para o filho de Deus, concebido pela Igreja.

Na hora da Preparação das ofertas, o sacerdote põe algumas gotas de água no vinho: é o símbolo do fiéis que se unem a Cristo e nele se dissolvem, em sua Paixão, Morte e Ressurreição.

Por fim, ela é usada nas abluções, nas purificações. É o símbolo da limpeza, da remoção do pecado, utilizada pelo sacerdote antes de iniciar a Liturgia Eucarística. Também há a água benta, aspergida sobre os fiéis, que recorda o Batismo.

CINZAS E INCENSO
Cinzas: sinal da morte e do arrependimento
As cinzas e o incenso estão ligados ao fogo, símbolo do próprio Deus. O fogo desperta o bom odor do incenso. O incenso cria a nuvem, que expressa a presença de Deus na nuvem, a oração que sobe aos céus e a presença de Deus na Assembleia reunida, no Altar, na Cruz, no sacerdote presidente e na Palavra proclamada.

O fogo também transforma as coisas da natureza em cinzas. É sinal de morte, do pecado, o qual Deus pode transformar em vida, desde que o homem reconheça o seu pecado e se humilhe, arrependido. A cinza simboliza o arrependimento.

ÓLEO
O óleo é usado com frequência na Liturgia: no Batismo, na Unção dos Enfermos, na Ordenação episcopal e presbiteral, na Confirmação, na consagração de igrejas e altares.

Óleo: usado nos sacramentos do
Batismo, da Confirmação ou Crisma,
nas Ordenações e na Unção dos
Enfermos.
O óleo é usado no preparo de alimentos, e também em loções, para curar feridas, aliviar a dor e como unção. Na Antiguidade, era vista a presença de Deus no óleo, e a Igreja o adota como o símbolo da graça de Deus que concede a vida e dá força.

No Batismo, o óleo é sinal de presença do Espírito Santo, que invade a pessoa com sua graça. É também sinal de força para renunciar o mal e aderir ao bem. Na Confirmação, é dado o Espírito Santo, o dom de Deus, para viver até a plenitude a vocação de cristãos. As mãos do sacerdote são ungidas para indicar que são mãos pelas quais age o Espírito Santo: são mãos que abençoam, consagram, perdoam. Os enfermos recebem a força do Espírito Santo pelo óleo, que também simboliza remédio, alívio, conforto e força para viverem a vocação batismal apesar da enfermidade.

Fonte: Apostila de coroinhas, Rodrigo Demetrio

Funções e Ministérios na Santa Missa

A Celebração eucarística constitui uma ação de Cristo e da Igreja, isto é, o povo santo, unido e ordenado sob a direção do Bispo. Por isso, a celebração eucarística pertence a todo o Corpo da Igreja e o manifesta e afeta; mas atinge a cada um dos seus membros de modo diferente, conforme a diversidade de ordens, ofícios e da participação atual. Todos, portanto, quer ministros ordenados, quer fiéis leigos, exercendo suas funções e ministérios, façam tudo e só aquilo que lhes compete.

As pessoas que se reúnem na igreja formam a Assembleia. A Assembleia é, em sentido religioso, a reunião das pessoas convocadas pela Palavra de Deus. Cristo enviou seus apóstolos a convocarem a assembleia cristã, que ouvirá sua mensagem, viverá os sacramentos e renovará sua Aliança com Cristo.

A Assembleia é uma reunião de irmãos em Cristo, filhos do mesmo Pai e sem diferenças entre si. Não há privilegiados ou discriminados perante Deus: todos são iguais. Mas Deus convida todos a servi-lo, de maneiras diferentes, a exercer uma função específica.

O PRESIDENTE DA CELEBRAÇÃO
O presidente: o Celebrante ou presidente da Assembleia é normalmente o bispo ou o sacerdote, mas poderá ser um diácono ou ministro extraordinário, dependendo da celebração.

Cordeiro, sinal de Cristo, Cabeça da Igreja reunida em celebração,
 sobre o Livro dos Evangelhos (Evangeliário)
O presidente da assembleia representa Cristo Cabeça do seu Corpo, a Igreja. Em nome de Cristo, está a serviço da Igreja, una, santa, católica e apostólica. Mas ele não age sozinho, mas em harmonia com outros ministérios e funções.
OUTROS MINISTÉRIOS E FUNÇÕES
O diácono, ministro ordenado (tem o Sacramento da Ordem) tem a função de proclamar o Evangelho e auxiliar o presidente, mas pode exercer também outras funções, como proferir a homilia, propor as intenções da oração universal, preparar o Altar e as ofertas na Apresentação, distribuir a comunhão aos fiéis e purificar os objetos após a comunhão.

O acólito é instituído para servir ao Altar e auxiliar o diácono. Compete-lhe principalmente preparar o altar e os vasos sagrados, e, se necessário, distribuir aos fiéis a Eucaristia, pois é ministro extraordinário da comunhão eucarística.

Podem ser delegados leigos para o serviço do altar e ajudar ao sacerdote e diácono, levando a cruz, velas, turíbulo, o pão, o vinho e a água. São meninos e meninas chamados coroinhas.

Ainda podem ser delegados leigos para auxiliar na distribuição da comunhão aos fiéis e para levá-la aos enfermos: são os ministros extraordinários da comunhão eucarística.

O leitor é instituído para proferir as leituras da sagrada Escritura, exceto o Evangelho. Pode igualmente propor as intenções para a oração universal, e faltando o salmista, proferir o salmo entre as leituras. Ele também é ligado à Catequese e preparar os demais leigos a uma participação mais plena na Santa Missa.
AS DEMAIS FUNÇÕES
Na falta de leitor instituído, podem-se delegar outros leigos para proferir as leituras da Sagrada Escritura, como proclamadores da Palavra. Também há o salmista, responsável por proclamar o salmo ou outro cântico bíblico colocado entre as leituras.

Entre os fiéis, exerce sua função os cantores ou coral. Cabe-lhe executar as partes que lhe são próprias, conforme os diversos gêneros de cantos, e promover a ativa participação dos fiéis no canto.

Também há pessoas que exercem funções que auxiliam na celebração da Eucaristia, como o sacristão, que dispõe com cuidado os livros litúrgicos, os paramentos e outras coisas necessárias para a celebração da Missa; o comentarista ou animador, que, oportunamente, dirige aos fiéis breves explicações e exortações, visando a introduzi-los na celebração e dispô-los para entendê-la melhor. Também podem ser citados os que recolhem as ofertas dos fiéis, os que acolhem as pessoas à entrada da porta e os que organizam as procissões.

As funções litúrgicas que não são próprias do sacerdote ou do diácono podem ser confiadas também pelo pároco a leigos idôneos com bênção litúrgica ou designação temporária. Quanto à função de servir ao sacerdote junto ao altar, observem-se as normas dadas pelo Bispo para sua diocese.

Fonte: Apostila de coroinhas, Rodrigo Demetrio