Papai Noel (Parte I)

Um dos mais famosos símbolos natalinos cristãos é o famoso Papai Noel. Como assim? Papai Noel não é uma figura usada para incentivar o consumismo, carregada de simbolismo pagão?

Sim e não. Vamos ver agora que o Papai Noel surgiu em ambiente cristão.

Papai Noel é inspirado no bispo católico São Nicolau, que viveu no século III e IV da era cristã. Nicolau é um dos santos mais famosos do catolicismo. Nasceu no ano 270, filho único de pais muito ricos, mas tornou-se órfão ainda pequeno.

Foi criado pelo seu tio, bispo da cidade onde nasceu, Patara, Nicolau tornou-se cristão ainda muito novo. O cristianismo não era aceito e era perseguido na época pelo Império Romano, mas Nicolau decidiu-se a abraçar a religião e deu todos os seus bens aos mais pobres.

Por volta dos dezoito anos de idade, acontece o fato que o tornaria famoso por distribuir presentes no Natal.

Como Nicolau era um jovem muito rico, mas decidido a seguir a Cristo de forma radical, resolveu distribuir toda a sua imensa riqueza aos pobres.

Havia um comerciante em falência, o qual possuía três filhas em idade de casar-se. Pobres, ele cogitava entregar suas filhas à prostituição para que não morressem de fome, pois não tinha dinheiro para casá-las. (Naquela época, uma moça só poderia se casar caso seus pais pudessem pagar uma determinada quantia em dinheiro, chamada dote, ao noivo). E Nicolau soube do fato.

Nicolau encheu o seu manto de moedas de ouro, escreveu nele o nome da primeira filha, subiu ao telhado e despejou-o pela chaminé. Fazia muito frio, mas a lareira estava apagada pois não tinham condições de comprar lenha. Quanta surpresa a daquele pai ao encontrar aquele pequeno tesouro na sua lareira! Com aquele dinheiro, casou sua filha mais velha.

Mas outra vez veio a carestia, e havia o risco das duas filhas mais jovens caírem em má vida. Por isso, Nicolau jogou mais uma vez um saco de ouro, com o nome da filha do meio. E, na noite em que pretendia fazer a mesma coisa pela filha mais nova, foi descoberto pelo pai das três moças, o qual, chorando muito, agradeceu-lhe.

Aos dezenove anos de idade, Nicolau foi ordenado padre pelo seu tio bispo. Logo após a ordenação, recolheu-se por algum tempo no deserto e decidiu ir para Mira, naquela época a cidade mais importante do que é atualmente a Turquia. Muito novo ainda, foi escolhido como bispo desta cidade por causa da sua piedade e dedicação exemplar. Porém, devido à perseguição aos cristãos, foi preso por um longo tempo, segundo alguns, de 303 a 313.

Era o ano de 325. Alguns padres defendiam uma heresia chamada arianismo, a qual afirmava que Jesus era um homem iluminado, mas não Deus. Isso causava muita confusão entre os cristãos, e o imperador resolveu convocar todos os bispos do mundo e reuni-los em uma sessão, sob a inspiração do Espírito Santo: foi o primeiro Concílio, reunido em Nicéia, cidade pertencente ao território da diocese de Mira, onde São Nicolau era bispo. Quando um padre de nome Ário afirmou que Jesus Cristo não era Deus, mas um simples homem comum, Nicolau ficou profundamente indignado e perdeu o controle, dando-lhe uma violenta bofetada. Por causa disso, foi afastado de sua Diocese até o término do Concílio.

São Nicolau também procurou consolar seu povo nos momentos de dificuldades, e chegou a usar de todo dinheiro de sua Diocese para saciar a fome dos mais carentes em um período de violenta fome. A imagem do velho bispo, de vestes vermelhas e barbas brancas, que distribuía presentes aos mais necessitados é a imagem que inspirou o Papai Noel.