quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Diocese alemã recupera tradição de São Nicolau e freia consumismo natalino

São Nicolau salva um homem da morte
São Nicolau e as crianças
São Nicolau socorre três jovens

DENVER, 18 Nov. 09 / 10:39 am (ACI).- Em um esforço por animar a população a substituir a comercialização do Natal por uma verdadeira devoção no tempo de Advento e Natal, a comunidade católica da Diocese de Speyer na Alemanha iniciou uma campanha para celebrar a São Nicolau.

A Federação de Juventude Católica Alemã (BDKJ) de Speyer se associou com outras organizações locais para difundir a devoção a São Nicolau de Mira, amigo e médico das crianças e de quem tem problemas. A campanha criou uma "zona livre de Papai Noel", recordando que a festa de São Nicolau se celebra a cada 6 de dezembro e sustenta que este santo representa a generosidade, a caridade e o serviço desinteressado.

São Nicolau foi bispo de Mira, (agora Demre) na Turquia, e é conhecido por sua generosidade e seu amor às crianças. Uma das histórias mais famosas sobre o santo é que deu de presente –jogando por uma janela- bolsas de ouro a um homem pobre para que pudesse ter o dote de suas filhas e evitar que estas fossem vendidas como escravas. Diz-se que o ouro terminou nos sapatos da família, que estavam secando perto da chaminé. Por isso, em alguns países, os crianças deixam no Natal seus sapatos na porta, ou penduram suas meias na chaminé, com a esperança de receber um presente na véspera da festa do santo.

Katrin Naab, presidente da BDKJ de Speyer, recordou que "São Nicolau não tem nada a ver com a publicidade do homem de chapéu vermelho e branco".

A campanha "Zona livre de Papai Noel" inclui uma variedade de pôsteres, insígnias, cartões eletrônicos, um mercado natalino ao ar livre, assim como Missas para crianças, jovens e famílias na festa de São Nicolau.

Grupo cria movimento para acabar com Papai Noel





Na falta do bom velhinho que conhecemos, quem distribui chocolate às criancinhas, é outro bom velhinho, que não carrega saco.

Em Paderborn, Alemanha, também é Natal. O espírito natalino enfeita as ruas, anima as crianças, amolece o coração dos adultos. Mas falta algo ou alguém muito importante.

Paderborn é uma das cidades alemãs que se tornou zona livre de Papai Noel. Na falta do bom velhinho que conhecemos, quem distribui chocolate às criancinhas, sem 'ho, ho, ho', é outro bom velhinho, que não carrega saco e, no lugar do gorro vermelho, usa uma mitra, o chapéu de bispo, alto e pontudo. É São Nicolau.

O movimento que pretende tornar toda a Alemanha uma zona livre de Papai Noel é ligado à Igreja Católica.

O líder não tem dó de falar mal do Papai Noel: “Ele representa a indústria do consumo”, diz. E explica que, antes, o Natal na Alemanha era associado a São Nicolau, mas Noel foi ficando cada vez mais conhecido e adorado, até destronar o santo.

Pelas ruas de Paderbon, o homem vestido de são Nicolau prega o fim do Papai Noel. “Se Nicolau também trouxer presentes, por que não?”, diz uma senhora.

Conseguir apoio infantil é mais complicado. “Acabar com o Papai Noel? Não acho bom”, encerra um menino.

Mas quem é São Nicolau? O Fantástico foi até a Turquia para descobrir. Em Demre, na costa mediterrânea turca, a 850 km ao sul de Istambul, entre os séculos I e II, viveu e morreu o santo conhecido por proteger os marinheiros, ajudar as crianças e oferecer ouro aos pobres, em segredo. Às vezes, até usava as chaminés para deixar sua oferta.

Hoje, a cidade com pouco mais de 15 mil habitantes vive do turismo do Noel Baba, Papai Noel em turco.

Além do museu, na antiga igreja da cidade, o Noel Baba é nome de tabacaria, mercado, restaurante e, quando o nome não está no letreiro, está no cardápio. Até o símbolo da prefeitura é o bom velhinho sorridente.

Mas lá não existe briga entre Papai Noel e São Nicolau. Os dois são a mesma pessoa, um originou o outro. Mesmo assim, há polêmica.

Em Demre, São Nicolau é representado por quatro estátuas e quase virou protagonista de um incidente diplomático.

Uma delas, que mostra São Nicolau com um saco às costas, cercado de crianças, foi a primeira erguida na cidade. A imagem tem uma longa barba, o que pode ter servido de modelo para o nosso Papai Noel.

Durante 20 anos, ela foi a única estátua de São Nicolau na cidade. No ano 2000, os cristãos ortodoxos russos, que veneram o santo e fazem peregrinação anual a Demre, encomendaram uma nova estátua, que está de braços abertos e lembra um santo.

Em 2005, o prefeito substituiu esta estátua por uma do Papai Noel, como nós conhecemos, com roupa e gorro vermelhos. O objetivo era atrair mais turistas. Em vez disso, atraiu a ira do governo russo, que protestou.

Para acalmar a situação a figura do Papai Noel foi para um depósito e, agora, no centro da praça principal, está uma imagem que mostra um homem turco cercado por crianças.

O vice-prefeito da cidade diz que a troca de estátuas não foi um ato político. “Queríamos ter uma figura original, feita por um artista da cidade”, afirma Yusuf Kapar.

Para um turista alemão, foi uma boa medida. “São Nicolau é o verdadeiro Papai Noel”, ele diz. “E não aquele que se veste de vermelho, uma figura comercial criada pelos americanos e misturada com lendas dos países nórdicos”.

As quatro estátuas não afastam a peregrinação dos devotos de São Nicolau. Mas esta não é a única polêmica envolvendo o santo.

Marinheiros italianos foram até a tumba de São Nicolau, onde os restos mortais do santo ficaram até 1087, e roubaram todos os ossos. Levaram para Bari, na Itália, onde hoje existe uma catedral em homenagem a ele. Agora o governo turco iniciou uma campanha para trazer de volta todos os ossos de São Nicolau.

E é a tumba vazia que recebe as maiores demonstrações de fé dos turistas que lotam a cidade no dia 6 de dezembro, dia em que São Nicolau morreu. Emocionados, os fiéis tocam a pedra, beijam o vidro que protege o local. São, na maioria, russos e gregos devotos do santo, pra quem a imagem do Papai Noel tradicional, como nós a conhecemos, só vale mesmo como souvenir.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Papai Noel (Parte II)







Por muito tempo, os católicos tinham o costume de trocar presentes no dia 6 de dezembro, dia da morte de São Nicolau. Em toda a Europa e Oriente Médio, a pessoa de são Nicolau era relacionada com a bondade e a caridade. Surgem histórias de um velho bispo bondoso que viajava de trenó ou a cavalo, dando frutas e doces às crianças pobres e comportadas e corrigindo as mal-educadas, vestido de paramentos e insígnias episcopais vermelhas.

Mas vieram tempos terríveis para os católicos da Alemanha, no século XVI, com a Revolta Protestante. As igrejas eram profanadas e as imagens de santos, destruídas. Foram proibidas as trocas de presentes no dia 6 de dezembro, dia de são Nicolau, e Lutero transferiu esse costume para o dia 25 de dezembro. Proibiu-se o culto dos santos, e, claro, também o de são Nicolau. Mas os católicos começam a falar do “pai Natal”, um homem de barba branca, vestido de verde (que é também uma cor usada pela igreja), usando um gorro como o que usavam os papas na época, chamado camauro, o qual era enviado pelo Menino Jesus às crianças mais pobres.

Na Holanda, apesar de ser um país protestante, continuou a ser chamado de São Nicolau, Sinter Klass em holandês. Quando os holandeses invadiram parte do Nordeste brasileiro, em 1630, trouxeram o costume de trocar presentes no dia 6 de dezembro. Ao serem expulsos em 1654, seguiram para Nova Amsterdã, na América do Norte, onde se formou a lenda atual de Papai Noel.

No século XIX nos Estados Unidos, a figura de são Nicolau foi conjugada com elementos mágicos. Graças a um desenhista de nome Thomas Nast, são Nicolau perdeu as características humanas e tornou-se um elfo, o qual era gordo e sorridente, fumava cachimbo e que não usava mais o camauro, gorro medieval usado pelos papas, mas sim uma carapuça com bordas brancas de arminho, totalmente vestido de verde.

Nast também imaginou uma fábrica para o Papai Noel no Polo Norte, e foi ele quem teve a idéia do trenó puxado por renas. Nast também decidiu que somente as crianças boazinhas, independente da classe social, seriam presenteadas.

A figura atual do Papai Noel se deve à Coca-Cola, ao vesti-lo de vermelho, cor do refrigerante, em sua campanha publicitária em 1931. Na ocasião, substituiu-se o cachimbo de Papai Noel por uma garrafa de refrigerante e colocaram nele botas e cinturão. Ele tornou-se agora um homem, um senhor de idade, e não mais um elfo. A campanha estourou, e a nova imagem de são Nicolau espalhou-se pelo mundo.

O Papai Noel chegou ao Nordeste brasileiro com os holandeses, mas só se espalhou pelo país na década de 20. A figura difundida era a de são Nicolau, de batina vermelha de bispo e mitra. Era comum nesse dia ofertar aos mais pobres comida e roupas. Só após a Segunda Guerra Mundial é que o Papai Noel norte-americano chegou ao país.

Na Inglaterra, a imagem do bispo bondoso e simpático confundiu-se com a do Pai Inverno, figura mítica, gerando o Pai Natal, e esse nome chegou à França: Pére Nöel – Pai Natal, como é chamado até hoje em Portugal. Mas no Brasil da década de 20, influenciado pelo francês, a forma francesa popularizou-se: Papai Noel – nome que permanece até hoje.

Papai Noel (Parte I)




Um dos mais famosos símbolos natalinos cristãos é o famoso Papai Noel. Como assim? Papai Noel não é uma figura usada para incentivar o consumismo, carregada de simbolismo pagão?

Sim e não. Vamos ver agora que o Papai Noel surgiu em ambiente cristão.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Frase de Santo Afonso de Ligório



Mede-se a dignidade do padre pelas altas funções que ele exerce. São os padres escolhidos por Deus, para tratarem na terra de todos os seus negócios e interesses; é uma classe inteiramente consagrada ao serviço do divino Mestre, diz S. Cirilo de Alexandria. Também Sto. Ambrósio chama ao ministério sacerdotal uma “profissão divina”. O sacerdote é o ministro, que o próprio Deus estabeleceu, como embaixador público de toda a Igreja junto dele, para o honrar, e obter da sua bondade as graças necessárias a todos os fiéis.

Não pode a Igreja inteira, sem os padres, prestar a Deus tanta honra, nem obter dele tantas graças, como um só padre que celebra uma missa. Com efeito, sem os padres, não poderia a Igreja oferecer a Deus sacrifício mais honroso que o da vida de todos os homens: mas o que era a vida de todos os homens, comparada com a de Jesus Cristo, cujo sacrifício tem um valor infinito? O que são todos os homens diante de Deus senão um pouco de pó, ou antes um nada? Isaías diz: São como uma gota de água... e todas as nações são diante dele, como se não fossem.

Assim, o sacerdote que celebra uma missa rende a Deus uma honra infinitamente maior, sacrificando-lhe Jesus Cristo, do que se todos os homens, morrendo por ele, lhe fizessem o sacrifício das suas vidas. Mais ainda, por uma só missa, dá o sacerdote a Deus maior glória, do que lhe têm dado e hão de dar todos os anjos e santos do Paraíso, incluindo também a Virgem santíssima; porque não lhe podem dar um culto infinito, como o faz um sacerdote celebrando no altar.

Além disso, o padre que celebra oferece a Deus um tributo de reconhecimento condigno da sua bondade infinita, por todas as graças que ele há sempre concedido, mesmo aos bem-aventurados que estão no Céu. Este reconhecimento condigno nem todos os bem-aventurados juntos o poderiam prestar; de modo que, ainda sob este ponto de vista, a dignidade do padre está acima de todas as dignidades, sem exceptuar as do Céu.

Mais, o padre é um embaixador enviado pelo universo inteiro, como intercessor junto de Deus, para obter as suas graças para todas as criaturas; assim fala S. João Crisóstomo. Santo Efrém ajunta que o padre trata familiarmente com Deus. Para o padre, numa palavra, não há nenhuma porta fechada.

Jesus Cristo morreu para fazer um padre. Não era necessário que o Redentor morresse para salvar o mundo: uma gota de sangue, uma lágrima, uma prece lhe bastava para salvar todos os homens; porque, sendo esta prece dum valor infinito, era suficiente para salvar, não um mundo, mas milhares de mundos.

Pelo contrário, foi necessária a morte de Jesus Cristo para fazer um padre: pois, doutro modo, — onde se encontraria a Vítima que os padres da lei nova oferecem hoje a Deus, Vítima santíssima, sem mancha, só por si suficiente para honrar a Deus duma maneira condigna de Deus? O sacrifício da vida de todos os anjos e de todos os homens não seria capaz, como acabamos de dizer, de prestar a Deus a honra infinita, que lhe presta um padre com uma só missa.
(Santo Afonso, A Selva)