quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Papai Noel (Parte II)







Por muito tempo, os católicos tinham o costume de trocar presentes no dia 6 de dezembro, dia da morte de São Nicolau. Em toda a Europa e Oriente Médio, a pessoa de são Nicolau era relacionada com a bondade e a caridade. Surgem histórias de um velho bispo bondoso que viajava de trenó ou a cavalo, dando frutas e doces às crianças pobres e comportadas e corrigindo as mal-educadas, vestido de paramentos e insígnias episcopais vermelhas.

Mas vieram tempos terríveis para os católicos da Alemanha, no século XVI, com a Revolta Protestante. As igrejas eram profanadas e as imagens de santos, destruídas. Foram proibidas as trocas de presentes no dia 6 de dezembro, dia de são Nicolau, e Lutero transferiu esse costume para o dia 25 de dezembro. Proibiu-se o culto dos santos, e, claro, também o de são Nicolau. Mas os católicos começam a falar do “pai Natal”, um homem de barba branca, vestido de verde (que é também uma cor usada pela igreja), usando um gorro como o que usavam os papas na época, chamado camauro, o qual era enviado pelo Menino Jesus às crianças mais pobres.

Na Holanda, apesar de ser um país protestante, continuou a ser chamado de São Nicolau, Sinter Klass em holandês. Quando os holandeses invadiram parte do Nordeste brasileiro, em 1630, trouxeram o costume de trocar presentes no dia 6 de dezembro. Ao serem expulsos em 1654, seguiram para Nova Amsterdã, na América do Norte, onde se formou a lenda atual de Papai Noel.

No século XIX nos Estados Unidos, a figura de são Nicolau foi conjugada com elementos mágicos. Graças a um desenhista de nome Thomas Nast, são Nicolau perdeu as características humanas e tornou-se um elfo, o qual era gordo e sorridente, fumava cachimbo e que não usava mais o camauro, gorro medieval usado pelos papas, mas sim uma carapuça com bordas brancas de arminho, totalmente vestido de verde.

Nast também imaginou uma fábrica para o Papai Noel no Polo Norte, e foi ele quem teve a idéia do trenó puxado por renas. Nast também decidiu que somente as crianças boazinhas, independente da classe social, seriam presenteadas.

A figura atual do Papai Noel se deve à Coca-Cola, ao vesti-lo de vermelho, cor do refrigerante, em sua campanha publicitária em 1931. Na ocasião, substituiu-se o cachimbo de Papai Noel por uma garrafa de refrigerante e colocaram nele botas e cinturão. Ele tornou-se agora um homem, um senhor de idade, e não mais um elfo. A campanha estourou, e a nova imagem de são Nicolau espalhou-se pelo mundo.

O Papai Noel chegou ao Nordeste brasileiro com os holandeses, mas só se espalhou pelo país na década de 20. A figura difundida era a de são Nicolau, de batina vermelha de bispo e mitra. Era comum nesse dia ofertar aos mais pobres comida e roupas. Só após a Segunda Guerra Mundial é que o Papai Noel norte-americano chegou ao país.

Na Inglaterra, a imagem do bispo bondoso e simpático confundiu-se com a do Pai Inverno, figura mítica, gerando o Pai Natal, e esse nome chegou à França: Pére Nöel – Pai Natal, como é chamado até hoje em Portugal. Mas no Brasil da década de 20, influenciado pelo francês, a forma francesa popularizou-se: Papai Noel – nome que permanece até hoje.

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