quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Diferença entre santo e beato

Antes de iniciar com a série dos beatos brasileiros, devo dar uma palavrinha sobre a diferença entre a beatificação e a canonização:
Beato José de Anchieta

A beatificação é quando o Papa declara alguém Beato (ou Bem-aventurado), como são atualmente o Beato Anchieta e os Beatos Mártires do RN; a canonização é quando o Papa declara que um beato é Santo, com aconteceu com Santa Paulina (de Beata Paulina passou a ser chamada Santa Paulina; o mesmo poderá acontecer um dia com os outros nossos beatos).


A primeira diferença entre a beatificação e a canonização é quanto ao tipo de ensinamento da Igreja. Quando o Papa declara alguém Beato isso é considerado um ensinamento oficial da Igreja a respeito dessa pessoa. O que isso quer dizer? Que ela viveu as virtudes cristãs de forma  heroica, ou então, se é o caso de um mártir, que ela recebeu um martírio verdadeiro (chama-se declaração de magistério ordinário). Quando alguém é declarado santo é diferente: isso é feito de forma solene, com uma declaração infalível, que só o Papa ou os bispos todos do mundo inteiro unidos em Concílio podem fazer (Essa declaração é chamada declaração de magistério infalível, ou seja, é um dogma, é uma verdade irrevogável e  definitiva). Quanto à vida virtuosa da pessoa, a canonização não acrescenta nada de novo ao que já foi falado na beatificação.

Santo Antônio de Santana Galvão,
canonizado em 2007 por Bento XVI
A segunda diferença é quanto ao culto público que se presta a essas pessoas (culto público são as orações oficiais e públicas a essa pessoa em igrejas e oratórios, missas, veneração oficial de suas relíquias, etc.): com a beatificação a Igreja permite que se preste culto público ao Beato somente em algumas regiões, ou seja, nas regiões onde ele viveu, e na canonização esse culto é estendido ao mundo inteiro, é universal.

Agora as semelhanças: a primeira semelhança entre a beatificação e a canonização é que ambas falam que essas  pessoas tiveram uma vida virtuosa e santa. A segunda semelhança é que, NA REGIÃO ONDE O BEATO VIVEU, ambas permitem ali o seu culto público.

Isso levanta uma questão: se formos olhar pela conveniência pastoral, ou seja, o proveito espiritual dos fiéis, nos países onde o beato viveu, a beatificação já é pastoralmente suficiente, pois permite o seu culto público. Os beatos ali já fazem parte do centro da vida da Igreja, que é a liturgia.

Por isso, é importante valorizarmos os nossos beatos.


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