sábado, 12 de fevereiro de 2011

Mártires do Rio Grande do Norte - Contexto Histórico

O ano de 1645 foi marcado por dois eventos trágicos e, ao mesmo tempo, extraordinários testemunhos de fé católica no Rio Grande do Sul. Tratam-se dos martírios do pe. André de Soveral e dos fiéis que participavam da Santa Missa em Cunhaú, e do pe. Ambrósio Francisco Ferro e outros aldeões foram assassinados pelos conquistadores calvinistas, em Uruaçú.

Contexto Histórico

A partir de 1500, com a descoberta do Brasil e o início da evangelização, a fé católica foi introduzida na colônia portuguesa através dos jesuítas, principalmente, os quais vinham em companhia do colonizadores lusitanos. Porém, Portugal não era o único interessado nas terras brasileiras. Já no século XVI, franceses fundaram a "França Antártida" na região do atual Rio de Janeiro, sendo expulsos em 1560, com o auxílio dos padres Anchieta e Manoel de Nóbrega.

Cerco holandês a Olinda, em 1630
No ano de 1580, a dinastia de Avis, regente de Portugal desde 1385 findou-se com a morte de dom Sebastião e de seu tio, o cardeal Henrique. Portugal caiu nas mãos de Filipe II, da Espanha, a qual vivia seu momento de maior esplendor.

Apesar de manter sua independência administrativa e jurídica, Portugal foi relegado a um segundo plano. Juntamente com a ascensão naval holandesa.

Os holandeses conquistaram a capitania de Pernambuco em 1630, apesar de serem constantemente ameaçados pelos portugueses, e expandiu seus territórios por capitanias vizinhas. Em 1597, os jesuítas iniciaram o trabalho evangelizador na capitania de Rio Grande após a expulsão de invasores franceses. A partir de 1633, a igreja no Rio Grande do Norte foi ameaçada pelas autoridades holandesas, calvinistas que defendiam a liberdade religiosa mas eram hostis à fé católica e que incentivava o prosetilismo calvinista.
Maurício de Nassau

O ano de 1640 é marcado pela restauração de Portugal. O grande governante holandês, Maurício de Nassau, é transferido em 1644, e a política de seus sucessores estoura a insurreição pernambucana. O clima de hostilidade dos governantes holandeses acentua-se contra os portuguesas.

O cenário no qual ocorreu os martírios de 1645 não é somente de uma guerra política, mas também de perseguição religiosa. No nordeste brasileiro, não distinção entre religião e política: Portugal e religião católica são vistos como uma coisa só; os novos governantes não toleram mais a fé católica como anteriormente Nassau. Esse é o contexto no qual se  dará o martírio de mais de cento e cinquenta pessoas, das quais trinta foram beatificadas (por teresm sido identificadas) de maneira crudelíssima pelo governo holandês e por índios convertidos ao calvinismo.

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