quarta-feira, 20 de abril de 2011

Cronologia da Semana Santa: Quarta-feira Santa (12 de Nisã)

Pode-se considerar que o dia inicia-se em Mateus com os discursos ao  povo. Jesus não se dirigirá aos fariseus e aos mestres da Lei antes da sua Paixão. Praticamente é este o último dia de ensinamento público de Cristo antes da Redenção, e é marcado por maldições e terríveis profecias.

Quarta-feira Santa (12 de Nisã)

Marcos parece iniciar o dia com a auto-apresentação de Jesus como filho de Davi e como superior a este (Mc 12, 35-37), fato colocado por Mateus antes da interrupção que consideramos como dia (Mt 22, 46: "E a partir daquele dia...").

O dia é marcado por repreensões sobre a hipocrisisa e a falsidade dos escribas e fariseus (Mt 23, 1-12; Mc 12, 38-40; Lc 20, 45-47). Mateus apresenta as terríveis maldições de Jesus contra os fariseus e escribas, no total de sete (Mt 23, 13-36) e uma maldição sobre Jerusalém (Mt 23, 37-39).

Em vez de apresentarem as maldições de Cristo, Marcos e Lucas sobrepõem os fariseus ao exemplo de uma pobre viúva, capaz de comover o coração de Jesus, a qual "dá tudo que possuía para viver" (Mc 12, 41-44; Lc 21, 1-4).

Após estes fatos, Jesus sai do Templo e possivelmente de Jerusalém. Contemplando o Templo ornado, possivelmente a partir do Monte das Oliveiras, ele deveria parecer bastante esplêndido. Mas Cristo prediz a destruição deste lugar. Lucas ambienta este discurso dentro de Jerusalém (Lc 21, 5-7), e possivelmente nos átrios do próprio recinto sagrado. Mateus e Marcos, na saída de Cristo da cidade (Mt, 24, 1; Mc 13, 1).

Os evangelistas apresentam bastantes particularidades em seus relatos. Mateus concatena a queda de Jerusalém e a destruição do Templo com o final dos tempos e o retorno de Jesus (Mt 24, 1-31), intercalando as parábolas sobre a vigilância, a da figueira (Mt 24, 32-41), do ladrão (Mt 24, 42-44), do mordomo (Mt 24, 45-51), das dez virgens (Mt 25, 1-13), dos talentos (Mt 25, 14-30) e encerrando com a vinda gloriosa do Filho do Homem e o Juízo Final.

Marcos e Lucas são bem próximos em seus relatos, e apresentam a predição sobre a perseguição aos discípulos (Mc 13, 5-13, Lc 21, 8-19), a destruição de Jerusalém (Mc 13, 14-23, Lc 21, 20-24), a parusia de Cristo (Mc 13, 24-27, Lc 21, 25-28) e a parábola da figueira (Mc 1, 28-32; Lc 21, 29-33). Marcos apresenta a breve parábola do senhor que voltará à noite (Mc 21, 43-36), enquanto Lucas coloca uma exortação à vigilância (Lc 21, 34-36).

Mateus e Marcos encerram o dia com o jantar em Betânia, na casa de Simão, o leproso, e a unção de  Jesus (Mt 26, 6-13; Mc 14, 3-9). Lucas encerra o dia anunciando que Satanás entrara no coração de Judas e este combinara entregar Jesus (Lc 22, 1-5), mas tal relato encaixaria melhor no contexto do dia 10 de Nisã.

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