sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus


No dia 16 de dezembro de 1865, no norte da Itália, em uma cidade chamada Vígolo Vataro, em Trento, na Itália, nasceu a segunda filha de Antônio Napoleone Visintainer e Anna Pianezzer, a qual batizaram com o nome de Amábile Lúcia Visintainer.

Aos oito anos de idade, devida à crise pela qual passava a região do Sul-Tirol, a pequena Amábile trabalha em uma fábrica. Lá, destacou-se pela sua piedade e pela caridade: apesar de pobre, repartia o lanche com as meninas ainda mais pobres e ajudava naquilo em que lhe era possível. Era período de industrialização da Europa, e nem mesmo as crianças eram poupadas da exploração econômica.

Mas esse período não durou muito tempo, pois em 1875, quando ainda tinha nove anos de idade, seu pai uniu-se a um grupo de famílias da região de Trento e partiram para o sul do Brasil para trabalhar na agricultura, aqui chegando no dia 25 de setembro do mesmo ano. Estabeleceram-se em Vígolo, na região de Nova Trento, em Santa Catarina.

A vida não foi fácil para a jovenzinha. Em 1877, com onze anos de idade, faleceu a sua mãe, e foi Amábile quem assumiu as tarefas domésticas até o novo casamento do pai, em 1890. Desde então, começa a se destacar pela piedade e pelo zelo em relação a tudo que era ligado à religião; a partir dos catorze anos de idade, assume a missão confiada pelo pe. Augusto Servanzi, de dar a catequese às crianças, assistir os enfermos e zelar pela Capela São Jorge, onde frequentava.

Nunca vira uma religiosa em sua vida, mas, pouco a pouco, surge no coração de Amábile o desejo de se consagrar a Deus.

Nos anos entre 1888 e 1890, Amábile sonha com Nossa Senhora de Lourdes, por três vezes. No sonho, a Virgem Santíssima lhe diz: “É meu desejo ardente que comeces uma obra: trabalharás pela salvação de minhas filhas!”. Sem entender, mas sem hesitar, a jovem deu o seu sim àquilo pedido por Nossa Senhora.

Havia naquele vilarejo uma senhora com câncer terminal, chamada Ângela Lúcia Viviane. No dia 12 de julho de 1980, com então 24 anos de idade, Amábile e uma amiga, Virgínia Rosa Nicoldi, saem de casa e vão residir em um casebre, ao qual chamaram “Hospitalzinho são Vigílio”, a fim de cuidar desta senhora. Essa data marca como a fundação da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Quando a enferma faleceu, no ano seguinte, continuaram residindo ai, dedicando-se à oração e ao serviço ao próximo. Juntou-se a elas também outra moça, Teresa Anna Maule.

No ano de 1984, receberam a doação de um terreno de João Francisco Sgrott, e passaram a residir em Nova Trento, por sugestão do superior dos padres jesuítas, sem contudo esquecerem-se de Vígolo.

No ano seguinte, o bispo diocesano, Dom José de Camargo Barros, aprova a Congregação no dia 25 de agosto, e pede ao padre Luiz Maria, jesuíta, a prepará-las para os votos religiosos, os quais são professados pelas jovens no dia 7 de dezembro. Na ocasião, assumem seus novos nomes: Amábile, ir. Paulina do Coração Agonizante de Jesus; Virgínia assumiu o nome de ir. Matilde da Imaculada Conceição; e Tereza, ir. Inês de São José.

Em 1986, já cinco jovens pedem admissão na congregação. Ir. Paulina passa a ser chamada como Madre, isto é, superiora. Apesar deste título, não se envaideceu, mas passou a buscar ainda mais a humildade. Em 1903 parte com algumas irmãs para São Paulo, onde residiram no Asilo da Sagrada Família, no Bairro Ipiranga.

Em 1903, Madre Paulina foi eleita superiora geral, cargo do qual foi deposta pelo arcebispo de São Paulo, dom Duarte Leopoldo e Silva. Partiu ela então para o Asilo São vicente, em Bragança Paulista, onde consertava e lavava as roupas dos asilados e os servia em tudo. Permaneceu ai por oito anos, quando o arcebispo determinou que regressasse ao Asilo da Sagrada Família.

No ano de 1933, o Papa Pio XI concede o Decreto de Louvor à Congregação, seguido pela aprovação pontifícia. Mas a saúde de madre Paulina já está abalada.

Em 1938, devida à grave diabetes, amputa um dedo da mão direita. Mas dias depois precisa submeter-se a nova cirurgia, e perde todo o braço.

Em 1942, dois anos após comemorar o jubileu de ouro de fundação da Congregação, madre Paulina falece, no dia 9 de julho, com 77 anos de idade.

No dia 18 de outubro de 1991, em visita ao Brasil, o papa João Paulo II declara-a Bem-aventurada durante missa celebrada em Florianópolis, em Santa Catarina. E em 19 de maio de 2002, em Roma, na Itália, o mesmo papa João Paulo II a declara santa, a primeira santa brasileira.

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