quarta-feira, 9 de junho de 2010

Milagre Eucarístico de Faverney – França, 1608



Na vigília da festa de Pentecostes, os monges de Faverney decidiram expor o Santíssimo Sacramento, mas no meio da noite, a igreja incendiou-se e o fogo destruiu o altar e vários objetos sacros. Porém, o Ostensório com a Hóstia Magna ficou ileso; dias depois ele foi encontrado flutuando no ar. A Partícula milagrosa ainda hoje existe e todos os anos numerosos peregrinos visitam o Milagre.

No século XVII, o protestantismo, em particular o calvinismo difundiu-se rapidamente em França por causa das vantagens materiais que a nova religião concedia aos membros da nobreza e do clero oriundo da Igreja Católica. Essa situação era arriscada para a Fé das pessoas e semeava dúvidas inclusive nos mosteiros.

Na cidade de Faverney existia uma Abadia beneditina cujos monges viviam relaxadamente a regra do seu fundador, mantinham vivo somente o culto a Nossa Senhora de La Blanche, conhecida nas redondezas por ser muito milagrosa. Realmente, pela sua intercessão se realizaram muitos milagres, por exemplo, duas crianças que morreram sem o batismo, regressaram à vida.

Em 1608, na vigília da festa de Pentecostes, os monges decidiram preparar um altar para a exposição e adoração do Santíssimo Sacramento. A luneta do Ostensório era muito ampla e por essa razão decidiram colocar duas Hóstias. No final das Vésperas os monges deixaram o Santíssimo exposto no altar provisório. No dia seguinte, o sacristão abriu a igreja e encontrou-a cheia de fumaça e o altar reduzido à cinzas; começou, então a gritar e os religiosos e outras pessoas vieram correndo. Na esperança de encontrar qualquer resto do Ostensório, iniciaram a buscá-lo entre as cinzas, mas quando a fumaça se dissipou viram, atônitos, que o Ostensório flutuava no ar.

Uma multidão de gente começou a chegar para ver o Milagre Eucarístico das Hóstias que saíram ilesas do incêndio. Os religiosos estavam pasmados e incapazes de tomar uma decisão, pediram conselhos aos frades capuchinhos de Vesoul. Eles prepararam imediatamente um novo altar em cima daquele queimado e celebraram a Santa Missa. No momento da elevação da Hóstia o Ostensório lentamente desceu e pousou no altar.

No final do processo canônico, no dia 10 de julho, o Arcebispo de Besançon declarou que o Milagre era autêntico e no dia 13 de Setembro o Arcebispo de Rodes, que era Núncio em Bruxelas, levou o Milagre ao conhecimento do Papa Paulo V quem concedeu indulgências através de uma Bula.

O Milagre reavivou a fé de muitas pessoas. Em 1862 a Congregação para os Ritos autorizou a celebração em memória do Milagre. Em 1908, comemorou-se solenemente o seu terceiro centenário com um Congresso Eucarístico Nacional. Hoje em dia, é possível ver e venerar a Relíquia que contém uma das Hóstias que ficaram ilesas, a outra Hóstia foi doada à igreja de Dole; mas infelizmente, revolucionários a destruíram em 1794.

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